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Lula diz que Juscelino Filho, ministro indiciado pela PF, tem 'direito de provar que é inocente'

Juscelino Filho foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O ministro nega as acusações

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 13 de junho de 2024 às 08h48.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 13, que vai conversar com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, para tomar uma decisão sobre a manutenção do político no cargo.

“Eu acho que o fato de o cara estar indiciado não significa que ele cometeu um erro. Significa que alguém está acusando, e a acusação foi aceita”, afirmou Lula, em declarações reproduzidas pela Folha de S. Paulo.

O petista disse ainda que Juscelino tem o direito de provar que é inocente.

"Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes. E ele tem o direito de provar que é inocente. Eu não conversei com ele. Vou conversar hoje e vou tomar uma decisão sobre esse assunto", concluiu.

Lula conversou com jornalistas em Genebra, na Suíça, onde desembarcou para participar de uma conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Indiciamento do ministro das Comunicações

As operações da PF sobre o caso visam desarticular umasuposta organização criminosa que promovia fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Codevasf. A emenda parlamentar investigada indicada por Juscelino foi de quando ele era deputado federal, antes de assumir o cargo de ministro de Lula.

Um desses desvios serviu para a pavimentação de ruas da cidade de Vitorino Freire, no interior do Maranhão. A irmã de Juscelino, Luanna Rezende, é prefeita da região. Ela chegou a ser afastada do cargo no ano passado, mas retomou o mandato após decisão do Supremo Tribunal Federal.

O ministro prestou depoimento em maio à PF. Na época, ele defendeu a destinação das emendas e criticou a investigação e o delegado do caso. Em setembro de 2023, o então relator da investigação no STF, o ministro Luís Roberto Barroso, determinou o bloqueio de R$ 835 mil do ministro.

Em nota, o Juscelino afirma que a investigação "parece ter se desviado de seu propósito original". "Em vez disso, concentrou-se em criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos", escreve o ministro. O chefe da comunicação diz ainda que o indiciamento é uma ação "política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito".

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