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Lula antecipa retorno das férias para assumir articulação política

Presidente toma decisão em meio a pressões para que o Congresso devolva a medida provisória que reonera a folha de pagamentos

O presidente Lula, ao discursar na COP28 (Chris Jackson/Getty Images)

O presidente Lula, ao discursar na COP28 (Chris Jackson/Getty Images)

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 14h36.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu antecipar o retorno das férias para tomar as rédeas da articulação política, segundo fontes próximas ao petista. A decisão acontece em meio a pressões de entidades do setor produtivo e parlamentares questionarem a Medida Provisória, editada no final de 2023 pelo governo, que reonerou a folha de pagamentos. O presidente já está em Brasília — originalmente, seguiria descansando até o domingo, 7.

Como EXAME mostrou, Lula já pretendia assumir a coordenação política do governo quando retornasse do recesso de fim de ano na base naval de Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, de acordo com três auxiliares do chefe do Executivo e parlamentares. Uma das razões para essa mudança era o descontentamento de partidos de centro com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, a quem compete a função de organizar a relação do governo com o Congresso Nacional.

Além dele, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já cogita antecipar suas férias, marcadas até 12 de janeiro (com uma pausa para participar dos atos para relembrar o 8 de janeiro).

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Ainda no final de dezembro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que faria uma análise apurada do teor da medida provisória com o assessoramento da consultoria legislativa do Senado Federal.

E foi além: "Para além da estranheza sobre a desconstituição da decisão recente do Congresso Nacional sobre o tema, há a necessidade da análise técnica sobre os aspectos de constitucionalidade da MP". A fala faz referência à derrubada de vetos pelo Congresso ao projeto de lei que estendia até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e reduzia a contribuição para a Previdência Social paga por pequenos municípios. 

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A principal estratégia será apoiar candidatos com maiores chances de vitória, independentemente do partido. Dessa forma, vai impor que o PT se limite a lançar candidatos onde realmente tenha chances de ganhar ou onde possa ser fiel da balança em um segundo turno para enfraquecer o bolsonarismo.

Além disso, é esperada para os primeiros meses do ano uma reforma ministerial. Nos bastidores, além de Padilha e da disputa aberta pelo Ministério da Justiça, vago após a indicação de Flavio Dino ao Supremo Tribunal Federal, circula o nome do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que voltaria ao Senado para completar o mandato para o qual foi eleito em 2022. 

Nessa reforma ministerial, a prioridade será compor com políticos que tragam votos ao governo e que permitam atrair votos em municípios estratégicos.

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