Justiça autoriza aulas presenciais em escolas particulares do Rio
Segundo o sindicato dos professores, a categoria está em greve e as aulas não serão retomadas antes da próxima assembleia da categoria
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de setembro de 2020 às 19h10.
Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 19h15.
As escolas particulares do Rio de Janeiro podem voltar a ter aulas presenciais a partir de quinta-feira, 1º, após decisão judicial desta quarta-feira, 30. Mas, segundo o sindicato dos professores, a categoria está em greve e as aulas não serão retomadas antes da próxima assembleia da categoria, marcada para o próximo sábado, 3.
A autorização para o retorno às aulas presenciais foi concedida pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ), em mais um capítulo da disputa judicial sobre o tema. Em 22 de julho, a prefeitura do Rio publicou decreto que previa o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares do município, em turmas de apenas quatro anos do ensino fundamental a partir de 1º de agosto, um sábado.
Algumas escolas da capital voltaram a funcionar no dia 3, mas três dias depois o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) e a Defensoria Pública do Estado conseguiram uma decisão judicial proibindo o retorno às aulas.
A decisão de 6 de agosto continuava em vigor até hoje, quando os três desembargadores componentes da 3ª Câmara Cível do TJ-RJ julgaram um agravo de instrumento apresentado pela prefeitura. Por unanimidade, eles decidiram autorizar as aulas presenciais e incumbir a prefeitura de fiscalizar o cumprimento das regras sanitárias necessárias para tentar impedir a disseminação do coronavírus.
Em nota, a prefeitura afirmou que "as escolas privadas têm condições sanitárias de voltar às aulas, se assim quiserem", segundo a subsecretaria de Vigilância Sanitária e o Comitê Científico do município. Mas a autorização não corresponde a uma ordem, de forma que cabe a cada escola decidir se retoma as aulas presenciais ou não. "A prefeitura somente autoriza o retorno aos locais do ensino privado, desde que cumprindo as rígidas regras sanitárias", informa a nota.
Também em nota, o Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio) afirmou que a decisão judicial não leva em consideração "todas as pesquisas científicas e orientações dos institutos científicos, como a Fiocruz e a UFRJ".
Segundo o sindicato, os professores estão em greve e farão sua próxima assembleia virtual às 14 horas do próximo sábado, 3. Antes dessa data, as aulas não serão retomadas, diz a entidade. Em 15 de outubro, o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) promoverá uma audiência para decidir sobre o retorno às aulas presenciais.
Até lá, segundo o sindicato, escolas e universidades não devem convocar professores pertencentes aos grupos de risco ou que residam com alguém nessa situação. Ainda segundo a entidade, é necessário fazer testagem antes da retomada das aulas presenciais.