Brasil

Haddad diz que espera que nomes para BC cheguem rápido à CAE e não vê resistências no Congresso

O ministro da Fazenda afirmou que a indicação de Galípolo vai permitir "maior integração entre as políticas monetária e fiscal"

 (Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda/Flickr)

(Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 8 de maio de 2023 às 14h44.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 8, que não acredita em resistência aos nomes indicados para o Banco Central. Haddad indicou nesta segunda seu secretário-executivo no ministério, Gabriel Galípolo, e o chefe de Departamento do BC, Ailton Aquino, para as diretorias de Política Monetária e Fiscalização, respectivamente.

"Não acho que terá resistências, são duas pessoas extremamente técnicas, muito bem vistas pelo Congresso Nacional, inclusive. O Gabriel tem transitado no Congresso, negociado agenda da Fazenda tem boa relação com os presidentes e líderes. Acredito numa tramitação tranquila", disse o ministro, em entrevista coletiva no escritório do Ministério da Fazenda, em São Paulo.

Segundo Haddad, ele ainda não sabe quando a Casa Civil enviará os dois nomes à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, mas disse acreditar que o processo de tramitação será rápido. "Estou anunciando os nomes hoje e não sei quando a Casa Civil encaminhará à CAE. Mas autorizado pelo presidente da República, imagino que rapidamente chegue à CAE", disse.

'Maior integração' entre polícia monetária e fiscal

O ministro da Fazenda afirmou que a indicação de Galípolo vai permitir "maior integração entre as políticas monetária e fiscal". Segundo ele, Galípolo é também a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Estamos procurando entrosamento. Todo mundo sabe do esforço de parte a parte para permitir a coordenação maior das políticas fiscal e monetária, para dar direcionamento único das políticas do País", disse Haddad, sobre a indicação, reforçando que o próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, comentou que a indicação de Galípolo poderia aumentar a integração entre as equipes.

Segundo Haddad, sua equipe tem se reunido com o time do BC. A intenção, disse, é de "buscar convergência plena para dar condições de crescer com inflação baixa". O governo tem feito uma forte ofensiva contra o atual patamar de juros básicos, em 13,75% ao ano.

"A indicação vai nos permitir maior integração e maior coordenação. Vamos dividir informações e responsabilidades. Vamos poder estar mais próximos, vamos fazer chegar nosso ponto de vista, assim como recebemos dos técnicos do BC", disse o ministro, acrescentando que a indicação respeita a lei de autonomia da autoridade monetária.

Haddad ainda reforçou que Galípolo, caso confirmado pelo Senado, já vai assumir a diretoria de Política Monetária neste momento, e não nas vagas do fim do ano, como chegou a ser cogitado.

Autonomia necessária

O ministro da Fazenda rechaçou que a escolha de Galípolo para a diretoria de Política Monetária do Banco Central seja política, de modo a formar bancada na autoridade monetária a favor do governo.

Segundo Haddad, Galípolo, se confirmado pelo Senado, vai para o BC com a autonomia necessária para cumprir a lei e a missão do órgão, assim como os outros membros da diretoria colegiada da autarquia. Mas disse que o comando é a harmonia entre política monetária e fiscal.

"Não se trata de formar bancada. O Gabriel não é filiado ao PT é pessoa de absoluta confiança, que nunca teve atuação partidária e é conhecida pelo mercado. Eu posso dizer que é uma 'forçação de barra' fazer essa associação como se fosse agir lá sem observar missão do BC", disse Haddad, em entrevista coletiva em São Paulo.

Ida ao Japão

Haddad embarca no período da noite para o Japão, onde participará, a convite, da reunião de ministros de finanças do G7, grupo das economias mais ricas do mundo.

Segundo o ministro, ele vai levar ao grupo questões da região, como a restrição da Argentina a divisas, que se tornou mais grave com a seca que atinge o país. "Penso que é importante o Brasil levar problemas regionais", disse, acrescentando que vai levar questões de democracia e paz, responsabilidade ambiental e sanitária. "Voltar à mesa das principais nações é importante para o Brasil."

'Transição na secretaria-executiva com Dario Durigan será tranquila'

Ao final da reunião, Haddad afirmou que a transição entre Galípolo e Dario Durigan na secretaria-executiva da pasta será tranquila.

Durigan deve assumir como número 2 na Fazenda após a confirmação do nome de Galípolo para o BC no Senado.

Haddad destacou que a indicação dos novos diretores do BC - também foi escolhido o nome do técnico do órgão Ailton Aquino para a diretoria de Fiscalização - foi feita apenas nesta segunda-feira porque queria ter o "destinatário certo" para substituir Galípolo na secretaria-executiva.

A carreira de Durigan no governo

O ministro lembrou que Durigan já trabalhou com ele no governo federal e na prefeitura de São Paulo. Até o momento, ele estava como chefe de políticas públicas no WhatsApp Brasil.

"Não é uma pessoa de apenas altíssima qualidade técnica, mas também que vai perseguir a tarefa da equipe", disse Haddad.

Em coletiva no prédio do ministério em São Paulo, o ministro ainda disse que o Brasil tem todas as condições para superar a última década perdida, de crescimento baixo. "Penso que estamos no caminho para dar tranquilidade ao investidor nacional e estrangeiro, de uniformizar o entendimento do rumo que estamos tomando. Penso que estamos conseguindo isso. Estamos longe de concluir nossa tarefa, estamos no quinto mês do governo, mas transitando com algum sucesso."

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadBanco CentralRoberto Campos NetoLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Caso Marielle: Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são condenados

Passagem por R$ 656: companhia aérea lança rota baixo custo entre Brasil e Uruguai

Rodízio São Paulo hoje, novembro 2024: horários, finais de placa, regiões e valor da multa

Rio de Janeiro terá 'megaferiado' em novembro por conta do G20; veja data