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Governo quer dar 'previsibilidade' a reajustes pela Petrobras, diz Mourão

Vice-presidente se posicionou um dia após a nova troca de comando na Petrobras; José Mauro Coelho estava no posto havia pouco mais de 40 dias e foi demitido em meio à pressão de Bolsonaro

Mourão: "Isso aí é decisão tomada pelo presidente. Ele sabe as pressões que está sofrendo. Então, segue o baile", disse o vice-presidente (Adriano Machado/Reuters)

Mourão: "Isso aí é decisão tomada pelo presidente. Ele sabe as pressões que está sofrendo. Então, segue o baile", disse o vice-presidente (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de maio de 2022 às 13h31.

Um dia após a nova troca de comando na Petrobras, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que o governo federal deseja dar "previsibilidade" aos reajustes dos combustíveis anunciados pela Petrobras.

O Ministério de Minas e Energia anunciou na noite da segunda-feira, 23, que o presidente da República, Jair Bolsonaro, decidiu demitir José Mauro Coelho da presidência da Petrobras e indicar para o cargo o secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade.

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Coelho estava no posto havia pouco mais de 40 dias e foi demitido em meio à pressão de Bolsonaro por uma contenção no aumento dos combustíveis em ano eleitoral. O mesmo aconteceu com o antecessor, Joaquim Silva e Luna.

De acordo com o vice-presidente da República, o governo quer evitar flutuações nos preços. A estatal define os preços dos combustíveis com base na variação do petróleo no mercado internacional, política criticada por Bolsonaro, mas também por outros pré-candidatos nestas eleições, como o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

"O que eu tenho visto é que querem dar uma certa previsibilidade. Em uma análise, vamos dizer, prospectiva do momento, aquelas flutuações que têm ocorrido semanalmente, você aguardar para ver qual é a diferença do vento mesmo. Eu acho que é isso que eles estão querendo fazer", afirmou o vice-presidente a jornalistas no Palácio do Planalto. "Não vou dizer que é prazo de 100 dias, mas aguardar o momento. Numa semana, o barril vai para 112, na semana seguinte vai para 98. Se ficar nesse zigue-zague, fica ruim", acrescentou.

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Mourão ainda confirmou que a troca foi ordem de Bolsonaro. "Isso aí é decisão tomada pelo presidente. Ele sabe as pressões que está sofrendo. Então, segue o baile. Vamos aguardar o que o Caio pode fazer. O que eu vejo no Caio é que ele é um cara competente. É um cara que foi muito bem-sucedido na iniciativa privada, veio para o governo", declarou o general, que lembrou, no entanto, que o nome do braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, terá de passar pelo crivo do Conselho de Administração da Petrobras.

"Está dentro da atribuição do presidente. Ele tem a prerrogativa de nomear o presidente da Petrobras. É óbvio que vai passar lá pelo conselho de acionistas, vai ter uma reunião do conselho de administração, não é de hoje para amanhã que isso vai acontecer... Vai levar aí, na minha visão, 30 ou 40 dias para isso acontecer", disse Mourão aos jornalistas.

(Estadão Conteúdo)

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