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Governadores formam consórcio para compra da Sputnik V; SP comprará 20 mi de doses

A Sputnik V ainda não tem autorização para uso emergencial no Brasil; a vacina russa vem sendo aplicada na Rússia e em outros países, como a Argentina

Sputnik V: os governadores se reuniriam ainda nesta terça com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) para tratar da gestão da pandemia (Agustin Marcarian/Reuters)

Sputnik V: os governadores se reuniriam ainda nesta terça com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) para tratar da gestão da pandemia (Agustin Marcarian/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de março de 2021 às 14h28.

Última atualização em 2 de março de 2021 às 15h08.

Governadores atuarão em consórcio para comprar doses da vacina russa contra covid-19 Sputnik V e somente o estado de São Paulo irá adquirir 20 milhões de doses do imunizante, que ainda não tem registro nem autorização para uso emergencial no Brasil, disse nesta terça-feira o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Os governadores, que se reuniriam ainda nesta terça com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para tratar da gestão da pandemia, visitaram a União Química, farmacêutica sediada em Brasília e que fabricará a Sputnik V no Brasil.

"Muitos governadores estão neste exato momento visitando a União Química em Brasília fazendo a opção de compra da vacina Sputnik, inclusive São Paulo, nosso secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, está lá nos representando e já com a deliberação para compra de 20 milhões de doses da vacina Sputnik", disse Doria em São Paulo, onde acompanhou a vacinação em um drive-thru no estádio do Morumbi.

"Os demais estados que também estão visitando, todos eles farão suas opções de compra de forma consorciada para que no volume tenhamos um preço menor e cada estado faz sua aquisição junto à União Química", acrescentou.

A Sputnik V, desenvolvida pelo estatal Instituto Gamaleya, de Moscou, embora ainda não tenha autorização para uso emergencial nem registro no Brasil, já vem sendo aplicada na Rússia e em outros países, como a Argentina.

Em Brasília, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse após uma reunião com a União Química que a farmacêutica entregou os documentos para obter autorização para uso emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Aqui acertamos para ter um empenho tanto do lado da União Química, com a Sputnik, com o apoio do Ministério da Saúde, com a Anvisa, para que a gente tenha as condições de até a próxima semana ter posicionamento dessa aprovação por parte da Anvisa", afirmou Dias.

"Aqui também o compromisso de, com a autorização emergencial em março, abril, no máximo maio, entregam os 10 milhões de doses já contratados com o Ministério da Saúde", acrescentou o governador do Piauí.

Dias afirmou que os governadores pediram à União Química que apresente um cronograma de produção de doses da Sputnik V até no máximo a próxima semana. Ele disse que a expectativa da companhia é iniciar a produção industrial da vacina em abril.

O Instituto Butantan, vinculado ao governo do estado de São Paulo, está envasando em suas instalações doses da Coronavac, vacina contra covid-19 do laboratório chinês Sinovac que já está sendo aplicada na campanha nacional de vacinação contra a covid-19.

O Butantan totalizará até agosto a entrega de 100 milhões de doses do imunizante ao Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. Há possibilidade de mais 30 milhões de doses até o final do ano, nos quais a pasta já mostrou interesse, mas cuja venda Doria condicionou ao fim da cláusula contratual de exclusividade do Butantan com o ministério.

Além disso, Doria disse em entrevista à Reuters no mês passado que autorizou o Butantan a comprar mais 20 milhões de doses da Coronavac para ser aplicadas em São Paulo. Nesta semana, o governador paulista disse que o estado irá comprar doses de outras vacinas caso o Ministério da Saúde não consiga suprir a necessidade de vacinas para os paulistas.

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