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General Mario Fernandes imprimiu plano para matar autoridades e foi até Bolsonaro, revela PF

Relatório foi tornado público na tarde desta terça-feira

Relatório da PF revela envolvimento de Mario Fernandes e Bolsonaro em plano para matar autoridades (Lula Marques/Agência Brasil)

Relatório da PF revela envolvimento de Mario Fernandes e Bolsonaro em plano para matar autoridades (Lula Marques/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 26 de novembro de 2024 às 19h44.

Última atualização em 26 de novembro de 2024 às 21h25.

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O relatório da Polícia Federal (PF) divulgado nesta terça-feira, 26, traz informações alarmantes sobre o envolvimento de membros do governo Bolsonaro em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O documento revela que o general Mario Fernandes esteve no Palácio da Alvorada, onde se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro, após imprimir o plano que detalhava a execução das autoridades.

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De acordo com o relatório entregue ao STF, o planejamento operacional, denominado "Punhal Verde Amarelo", incluía a prisão e execução das principais autoridades. “Há nos autos elementos probatórios demonstrando que no dia 09 de novembro de 2022, após elaborar e imprimir o documento no Palácio do Planalto, Mario Fernandes foi até o Palácio da Alvorada, local onde estava o presidente Jair Bolsonaro”, afirma o relatório.

Indiciamentos e ações criminosas

Na última quinta-feira, 21, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outros ex-ministros, como Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além de 33 outras pessoas.

Todos foram acusados de crimes relacionados a uma tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático de direito, além de organização criminosa. Segundo a PF, esses indivíduos teriam atuado de forma coordenada em 2022 para manter Bolsonaro no poder.

Entre os indiciados, se destaca também o ex-diretor geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, que atualmente é deputado federal. O relatório completo foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde de hoje.

Participação das Forças Armadas

Ao longo da investigação, a PF apontou que, sob o comando de Bolsonaro, oficiais das Forças Armadas, ministros do seu governo e assessores participaram de reuniões secretas sobre a possibilidade de dar um golpe de Estado.

No entanto, esse plano não foi adiante, pois não teve o apoio dos comandantes das Forças Armadas da época, como o general Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior (Aeronautica). Ambos prestaram depoimento à PF e implicaram Bolsonaro na trama.

As investigações também se basearam em informações fornecidas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou um acordo de delação premiada. O acordo foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em setembro de 2023. Durante seu depoimento, Cid confirmou a articulação de um golpe, corroborando as acusações da PF.

A Polícia Federal destaca que o ex-presidente Bolsonaro esteve diretamente envolvido nas discussões e nas ações golpistas, como as tentativas de sabotar o processo eleitoral de 2022.

Primeiras declarações de Bolsonaro

Em sua primeira manifestação pública após o indiciamento, Bolsonaro criticou veementemente o ministro Alexandre de Moraes, que tem sido um dos responsáveis pelos processos relativos aos ataques de 8 de janeiro, além de outros casos envolvendo tentativas de golpe. Bolsonaro tem enfrentado crescente pressão por sua participação nos eventos de 2022.

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