Flávio Dino nega pedido de Bolsonaro para rever multa de R$ 70 mil do TSE
Bolsonaro recebeu a punição durante a campanha eleitoral de 2022, por ter impulsionado um vídeo com ataques ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva
Agência de notícias
Publicado em 21 de março de 2024 às 17h58.
Última atualização em 21 de março de 2024 às 18h18.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) , negou um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para anular uma multa de R$ 70 mil que foi imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão ocorreu por questões processuais, sem analisar detalhes do caso.
Bolsonaro recebeu a punição durante a campanha eleitoral de 2022, por ter impulsionado um vídeo com ataques ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva . O TSE entendeu que a ação foi irregular porque só podem ser patrocinadas publicações de promoção de uma candidatura, e não de crítica. Além disso, não havia identificação da campanha do então presidente, que disputava a reeleição. O valor da multa foi o dobro do que foi gasto no impulsionamento (R$ 35 mil).
Decisão do TSE
Ao analisar a o pedido, Dino citou o entendimento do STF de que não poderia analisar as provas citadas na decisão do TSE. Por isso, não poderia avaliar a alegação da defesa de Bolsonaro de que a punição foi "desproporcional".
"Para concluir de forma diversa, no sentido de que não ocorreram a publicidade negativa e as demais irregularidades, bem como avaliar a proporcionalidade, ou não, entre as condutas censuradas e a sanção aplicada seria necessário revisitar o caderno probatório dos autos", escreveu o ministro.
Essa foi a primeira decisão de Dino como ministro do STF envolvendo Bolsonaro. Em sua sabatina no Senado, no ano passado, ele foiquestionado diversas vezes se iria declara-se suspeito de julgar o ex-presidente, a quem já fez críticas fortes. Dino limitou-se a dizer que não cultiva "inimigos pessoais" e que eventuais ações contra "adversários políticos" seriam julgadas dentro da lei.