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Ex-aliados de Bolsonaro vão a posses de ministros e buscam pontes com Lula

Quatro deputados eleitos em 2018 na onda que levou o ex-presidente ao Planalto prestigiaram a solenidade que empossou Geraldo Alckmin nesta quarta-feira

SAO PAULO, BRAZIL, OCTOBER 31 : Luiz Inacio Lula da Silva gives a press conference after the election results at the Avenida Paulista, Sao Paulo, Brazil, on October 31 , 2022. Luiz Inacio Lula da Silva was elected president of the Republic for the third time. The PT beat President Jair Bolsonaro (PL) in the second round. This is the PT's fifth election as head of the country âalways in the second roundâ and the first time that a president in office loses reelection. won in 2002 and 2006. Rodrigues Alves (1902 and 1918), Fernando Henrique Cardoso (1994 and 1998) and Dilma Rousseff (2010 and 2014) won twice âGetulio Vargas was elected indirectly in 1934 and by direct vote in 1950. (Photo by Danilo Martins Yoshioka/Anadolu Agency via Getty Images) (Danilo Martins Yoshioka/Anadolu Agency/Getty Images)
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Agência O Globo

Publicado em 5 de janeiro de 2023 às 09h06.

Antigos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro têm se movimentado em busca de uma aproximação com o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva e marcaram presença em cerimônias de posse de ministros nesta semana. Nesta quarta-feira, por exemplo, quatro deputados eleitos em 2018 na esteira do bolsonarismo prestigiaram o evento em que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, assumiu o comando do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Alckmin tem sido visto como uma ponte para levar conservadores para dentro do governo do PT.

Pelas redes sociais, os deputados Junior Bozzella (União-SP), Julian Lemos (União-PB), Heitor Freire (União-CE) e Dayane Pimentel (União-BA) registraram suas presenças na cerimônia de posse de Alckmin. Os quatro romperam com Bolsonaro ao longo do governo, após o ex-presidente deixar o PSL. Após a saída, o partido se fundiu ao DEM para dar origem ao União Brasil, sigla que indicou três nomes para o primeiro escalão de Lula, mas ainda discute se será base do novo governo.

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Além de estarem no mesmo partido, os quatro parlamentares têm em comum o fato de não terem sido reeleitos no ano passado. O fracasso nas urnas é atribuído, em parte, ao rompimento com Bolsonaro.

— O Bolsonaro é um mal ainda a ser extirpado. É o Bolsonaro, não é a centro-direita. É o extremismo e o radicalismo que o Bolsonaro insuflou. Esse é um ponto de convergência de todos nós que foram vítimas dessa milícia digital e pagamos o preço disso nas urnas por enfrentar o Bolsonaro em defesa do processo democrático — disse Bozella.

O aceno ao governo Lula não envolveu apenas parlamentares rompidos com Bolsonaro. Vice-líder do antigo governo na Câmara e apoiador de primeira hora do ex-presidente, o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) esteve nesta semana na posse dos ministros das Cidades, Jader Filho, e dos Transportes, Renan Filho.

Em nota à colunista Bela Megale, ele justificou sua presença como “gestos de gentileza e respeito partidário”, pois os dois ministros são do MDB. Ele disse ainda que fará “forte oposição” ao atual governo, mas diz: “Não serei da política do quanto pior melhor”.

Abraço de Flávia Arruda

Na posse de Lula, no domingo, também chamou a atenção a presença da ex-ministra da Secretaria de Governo de Bolsonaro, Flávia Arruda (sem partido-DF). Ela foi uma das parlamentares a parar o novo presidente no Congresso para abraçá-lo. Dois dias depois, se desfilou do PL, partido de Bolsonaro.

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A interlocutores, Flávia nega que esteja se aproximando e diz que nunca foi inimiga, nem adversária de Lula. Além disso, nessas conversas, justifica a saída do PL por não conseguir conviver, segundo a ex-ministra, com radicalismo. A legenda passou a abrigar o ex-presidente e aliados mais estridentes.

Dois dos três ministros escolhidos por Lula para ter o União Brasil como aliado do governo também mantiveram no passado relação estreita com Bolsonaro. Titular do Ministério das Comunicações, Juscelino Filho (União-DEM) era base do presidente na Câmara, inclusive votando a favor da privatização dos Correios, que agora está sob seu guarda-chuva. O governo Lula tirou a empresa da lista da desestatização. A ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ) é outra que foi associada ao bolsonarismo em sua base eleitoral na Baixada Fluminense.

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