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Estudantes portugueses oferecem pedras para atirar em alunos brasileiros

Nesta segunda-feira, cartazes xenófobos contra alunos do Brasil abriram uma crise na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Pedras grátis: situação foi denunciada por alunos pelas redes sociais (robertolima13/Instagram)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de abril de 2019 às 09h54.

Última atualização em 30 de abril de 2019 às 11h36.

São Paulo — Cartazes xenófobos contra estudantes brasileiros abriram uma crise nesta segunda-feira (29) na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa , a mais tradicional instituição de formação de advogados da capital portuguesa . Um grupo de estudantes portugueses colocou um cartaz oferecendo pedras grátis para atirar em alunos brasileiros.

"Grátis se for para atirar a um zuca (que passou à frente no mestrado)", dizia o cartaz. Zuca é uma gíria para se referir a brasileiros. Estudantes estrangeiros prometem uma grande manifestação na porta da faculdade na quinta-feira, 2 de maio, para pedir medidas contra a xenofobia.

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Na tarde desta segunda-feira (29), alunos brasileiros denunciaram o cartaz à direção da faculdade. O caso chegou até o reitor da universidade, António Cruz Serra, que anunciou a instauração de um processo disciplinar.

O processo pode levar até a expulsão dos alunos e os impedir de conseguir entrar para a ordem dos advogados dePortugal. A direção da faculdade de Direito marcou para a manhã desta terça-feira (30) uma reunião com os representantes discentes dos brasileiros.

"Este é mais um episódio de xenofobia de portugueses contra alunos estrangeiros. Mas estamos satisfeitos com a resposta da universidade", afirmou Elizabeth Matos Lima, aluna de mestrado da instituição e presidente do Núcleo de Estudos Luso-Brasileiros (Nelb), que representa os estudantes do Brasil.

https://www.instagram.com/p/Bw2AEwUBCK0/

Elizabeth explica que a tensão entre portugueses e brasileiros tem sido crescente, sobretudo nos últimos dois anos, por causa de um forte aumento da presença de alunos de mestrado e doutorado vindos do Brasil.

"É comum que nas turmas de mestrado, de 15 alunos, de 10 a 13 sejam brasileiros", conta. Segundo ela, professores da graduação da faculdade local são muito rigorosos nas notas. Na seleção para o mestrado e doutorado, na análise do histórico escolar, os brasileiros em geral têm notas muito superiores e ficam com as vagas. A Universidade de Lisboa é pública, mas cobra mensalidade.

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