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Estados querem negociar diretamente com países doadores do Fundo Amazônia

Os governadores da região lamentaram a suspensão dos recursos do Fundo Amazônia após posições do governo Bolsonaro

Amazônia: os Estados querem que o Banco da Amazônia passe a ser o gestor financeiro do Fundo (Ricardo Lima/Getty Images)

Amazônia: os Estados querem que o Banco da Amazônia passe a ser o gestor financeiro do Fundo (Ricardo Lima/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 19 de agosto de 2019 às 16h09.

Brasília — O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, formado pelos Estados da região, decidiram que irão negociar diretamente com os países europeus que financiam o Fundo Amazônia depois que mudanças propostas pelo governo federal levaram a Noruega e a Alemanha, principais investidores, a suspenderem os repasses ao Brasil.

Em nota divulgada no final de semana, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), que também é presidente do consórcio, disse que os governadores da região lamentam que as posições do governo do presidente Jair Bolsonaro tenham levado à suspensão dos recursos e que já informaram ao governo federal a intenção de conversar diretamente com os países doadores.

"Os governantes do bloco amazônico desejam participar diretamente das decisões para reformulação das regras do Fundo Amazônia, que estão sendo feitas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Queremos, ainda, que o Banco da Amazônia passe a ser o gestor financeiro do Fundo, em razão da proximidade da instituição financeira com os Estados, já que o Banco da Amazônia possui sede em todas as unidades do bloco", diz a nota.

No início deste mês, a Alemanha anunciou a suspensão do financiamento de 155 milhões de reais para projetos de preservação da Amazônia - não apenas do Fundo Amazônia, onde o país tinha uma participação menor - alegando uma "grande preocupação com o aumento do desmatamento".

Na semana passada, a Noruega, maior financiador do Fundo Amazônia, anunciou a suspensão do repasse do equivalente a 133 milhões de reais ao fundo por discordar das mudanças feitas pelo governo Bolsonaro nos comitês de gestão do fundo.

Em ambos os casos, Bolsonaro reagiu mal aos anúncios. Para a Alemanha, disse que a chanceler do país, Angela Merkel, deveria usar o recurso para reflorestar seu país. Aos noruegueses, disse que um país que mata baleias e explora petróleo no mar do Norte não poderia dar lições aos brasileiros.

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