Ernesto Araújo diz que Bolsonaro deve visitar países árabes
Anúncio de escritório comercial em Jerusalém despertou críticas da Autoridade Palestina
Agência Brasil
Publicado em 4 de abril de 2019 às 15h03.
Última atualização em 4 de abril de 2019 às 15h08.
Um dia depois de regressar da visita presidencial a Israel , o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , disse nesta quarta-feira, 4, que o presidente Jair Bolsonaro poderá visitar países árabes ainda no primeiro semestre.
"Nos próximos dias vamos definir um programa de visitas do presidente a países árabes. Em países que sejam nossos principais parceiros para começar, depois iremos a outros", disse após participar de audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado. "Temos avanços grandes com Arábia Saudita e Emirados Árabes".
Segundo o ministro, o governo pretende buscar "parcerias profícuas" nos relacionamentos bilaterais. "Pretendemos estruturar nossa relação com qualquer país em benefício da nossa independência, autonomia, do nosso desenvolvimento, seja com China, Estados Unidos, Israel, países árabes".
Após a viagem, Bolsonaro disse que "não quer encrenca com países árabes" . Em Israel, o presidente da República anunciou a criação de um escritório comercial em Jerusalém, que gerou comentários da Autoridade Palestina e do grupo extremista Hamas.
Agronegócio
Perguntado se a diplomacia atual não atrapalha o agronegócio brasileiro, Araújo disse que a ideia de que sua política externa causa prejuízo ao agronegócio tem sido propalada e até agora não se materializou. "Tenho certeza de que não se materializará", garantiu.
Na terça-feira (2), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, disse que o Brasil é amigo dos países árabes e muçulmanos. Segundo ela, há um esforço para manter este bom relacionamento com aumento da cooperação comercial. Na próxima semana, ela se reúne com 51 embaixadores de países árabes na tentativa de desfazer o mal-estar em torno da instalação do escritório de negócios do Brasil em Jerusalém, conforme anunciado no último dia 31 pelo presidente Jair Bolsonaro.
Para a ministra, a instalação de um escritório de negócios em Jerusalém é um meio-termo, em vez de uma embaixada. Segundo ela, há um descontentamento dos países árabes em relação a esse assunto, mas disse que o Ministério da Agricultura tem de continuar trabalhando para manter o diálogo.