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Eduardo Paes lança candidatura à prefeitura do Rio sem definir vice

Nilcemar Nogueira, ex-secretária de Cultura, pode ser nome indicado pelo PL para chapa de ex-prefeito, que conversa com outros três partidos

Quatro partidos ainda tentam emplacar nomes na chapa do ex-prefeito (Buda Mendes/Getty Images)

Quatro partidos ainda tentam emplacar nomes na chapa do ex-prefeito (Buda Mendes/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 2 de setembro de 2020 às 06h35.

O ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) oficializa nesta quarta-feira, em convenção virtual, às 10h, sua candidatura à Prefeitura do Rio, mas mantém a indefinição sobre a escolha do vice. Quatro partidos — PL, Cidadania, PSDB e PSL — ainda tentam emplacar nomes na chapa do ex-prefeito, que passou nos últimos dias a alimentar a ideia de ter Nilcemar Nogueira, ex-secretária municipal de Cultura, como companheira de chapa. A informação foi revelada pelo colunista Guilherme Amado, da Época.

Nomeada no início da gestão de Marcelo Crivella (Republicanos) e exonerada em 2019, Nilcemar se filiou recentemente ao PL, sigla que havia indicado Nilton Caldeira para ser o vice de Paes. Nilcemar casaria com o plano original de Paes, de ter uma mulher como vice, além de dialogar com maior parcela do eleitorado. Neta de Cartola e de Dona Zica, ela tem entrada no mundo do samba e na cena cultural em geral, e também em áreas mais pobres da cidade.

— Estou à disposição do partido, a decisão final é da presidência. Eduardo e eu temos pautas em comum nas agendas sociais e em relação à gestão pública — afirmou Nilcemar, que é pré-candidata a vereadora.

Caldeira, por sua vez, foi subsecretário de Desenvolvimento Social na gestão de Cesar Maia, hoje aliado de Paes, e tem boa relação com a cúpula do PL, presidido no Rio pelo ex-deputado Altinêu Côrtes.

— O nome do Nilton foi colocado lá atrás, no início das conversas, e depois não se tratou mais disso. De todo modo, teremos que decidir até a nossa convenção, na sexta-feira — afirmou Côrtes, lembrando que o partido também cogita a candidatura de Cabo Daciolo.

O PL, que tem a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, com 41 parlamentares, despontou como opção a Paes de um vice com menor risco de rejeição do eleitorado. Paes também conversa com Paulo Marinho, pré-candidato do PSDB, que decide junto ao governador de São Paulo, João Doria, se apoiará o DEM ou manterá a candidatura. Marinho é mal visto pelo bolsonarismo, especialmente após ter denunciado envolvimento do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), de quem é primeiro suplente, no suposto vazamento da Operação Furna da Onça, de 2018, que mirou o ex-assessor Fabrício Queiroz.

Já com o PSL, que sugeriu o pré-candidato Rodrigo Amorim como vice de Paes, o diálogo esbarrou no risco de afastar o eleitorado mais à esquerda. Amorim se tornou conhecido em 2018 por quebrar uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco. Nos últimos meses, Amorim também se afastou da família Bolsonaro. O PSL estuda substitui-lo pelo deputado federal Luiz Lima. Ex-nadador, Lima mantém diálogo com a ala do PSL mais ligada ao presidente Jair Bolsonaro, mas diz não aceitar largar o mandato para ser vice. Crivella também tem buscado o apoio do PSL.

— Já conversei com o Paes, de forma amistosa, que não tenho interesse em ser vice. Serei candidato se o partido estiver de acordo e se tiver certeza de que o presidente Bolsonaro não prefere outro nome — afirmou Lima.

O que pesa nas conversas de Paes com partidos:

Cidadania

Conhecido por embate com ex-ministro Geddel Vieira Lima, deputado Marcelo Calero traria a bandeira anticorrupção para a chapa. Partido, porém, tem menor densidade eleitoral, e Calero hesita em deixar o mandato.

PSL

A legenda não definiu se terá candidatura própria ou se apoiará outra chapa. Cotado como vice, Rodrigo Amorim atrai inimizades da esquerda e do bolsonarismo.

PL

Dono de ampla fatia do fundo eleitoral e de tempo de propaganda, como o PSL, o partido teria a vantagem de um vice com menor risco de rejeição, mas pode esbarrar no fator desconhecimento.

PSDB

Pré-candidato, Paulo Marinho tornou-se rival da família Bolsonaro, cujo eleitorado Paes tenta cativar, mas traria aliança com o governador de São Paulo, João Doria.

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