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Doria enxuga comitê de saúde contra a covid-19 e dispensa 12 profissionais

Alguns profissionais dispensados dizem que foram pegos de surpresa com a mudança e temem demora em decisões contra a variante Delta

Governador João Doria (PSDB). (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)
GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 18 de agosto de 2021 às 13h29.

Última atualização em 18 de agosto de 2021 às 13h29.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou, nesta quarta-feira, 18, o fim do Centro de Contingência da Covid-19 e a criação do chamado Comitê Científico. Na prática, houve a redução dos membros do grupo de 21 para 9 especialistas em saúde pública. O comitê é responsável por orientar as medidas do governo paulista no combate ao coronavírus.

“Ao longo dos últimos 18 meses eles contribuíram para salvar vidas dos brasileiros. Para este comitê, convidamos nove membros para integrarem o grupo. São as mesmas pessoas, porém em um número menor. Diante de uma queda acentuada de casos, internações e felizmente óbitos, não há necessidade de se mobilizar 21 pessoas para fazer aquilo que nove pessoas podem fazer com o mesmo grau de eficiência, no estágio atual da pandemia”, disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

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O comando do comitê permanece com Paulo Menezes e João Gabbardo. Também continuam no grupo David Uip, José Medina, Geraldo Reple Sobrinho, Carlos Carvalho e Luiz Carlos Pereira Júnior, Eloisa Bonfá e Esper Kallas. Todos os profissionais trabalham sem remuneração, assim como já era o funcionamento do Centro de Contingência.

Na terça-feira, 17, Doria disse, em uma entrevista coletiva, que o grupo ficaria com sete profissionais, mas nesta quarta o anúncio subiu para nove especialistas. Reservadamente, alguns profissionais dizem que foram pegos de surpresa com a mudança e temem demora em algumas decisões contra a variante Delta, mais transmissível.

Em entrevista nesta quarta-feira, João Gabbardo, coordenador-executivo do grupo, disse que o comitê vai continuar tomando as decisões para prevenir o avanço da covid-19 e que os antigos membros serão consultados. “O trabalho ainda é duro”, afirmou.

Fim da quarentena

A última recomendação do Centro de Contingência foi o fim da quarentena no estado. Desde o dia 17 de agosto, todos os estabelecimentos podem abrir com 100% da capacidade (antes eram 80%) e em qualquer horário. Apesar disso, o uso de máscara continua obrigatório, assim como o distanciamento de um metro entre as pessoas.

Até então proibidos, feiras corporativas, convenções, congressos, exposições em museus e eventos sociais, como casamentos, jantares, festas de debutantes e formaturas, também estão liberados, seguindo os mesmos protocolos que valem para os estabelecimentos. Pistas de danças estão proibidas.

Casas de shows podem abrir desde que sejam na modalidade restaurante e garantindo o distanciamento. Shows de médio e grande porte, como em estádios, continuam proibidos, mas o estado realiza eventos-teste para avaliar os riscos de transmissão.

Casas noturnas, por enquanto, permanecem fechadas. A previsão é de que estes espaços voltem em novembro, somente para pessoas com esquema vacinal completo.

O que possibilitou a maior abertura econômica até o momento foi o avanço da vacinação. O primeiro estado a imunizar uma pessoa contra a covid-19 atingiu a marca de 93% de toda a população adulta, com mais de 18 anos, imunizadas com pelo menos a primeira dose. Mais de 30% dos paulistas estão com o esquema completo de duas doses - ou dose única - e totalmente protegidos.

O reflexo direto dessa alta proporção de vacinados pode-se ver nos hospitais. As taxas de ocupação de leitos para pacientes com a covid-19 nunca estiveram tão baixos. Segundo dados da Secretaria da Saúde, a ocupação de UTI em todo estado é de 42%, e de 27% em leitos de enfermaria. Na grande São Paulo, 41% dos leitos de UTI estão ocupados.


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