Brasil

Dilma vai ‘implorar por menos escândalos’ em 2012, diz FT

Jornal britânico diz que a reforma ministerial de Dilma no começo de 2012 pode consolidar o controle sobre a situação política ou trazer ainda mais desordem

FT diz que, mesmo depois dos recentes escândalos, Dilma continua popular frente aos eleitores, mas terá testes importantes no próximo ano (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

FT diz que, mesmo depois dos recentes escândalos, Dilma continua popular frente aos eleitores, mas terá testes importantes no próximo ano (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h04.

São Paulo – Em notícia publicada hoje, o jornal britânico Financial Times comentou a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Segundo o texto, diante de um cenário político ainda incerto para o ano que vem, a única certeza é a de que “Dilma vai implorar por menos escândalos”.

O jornal diz que, apesar da sexta queda de ministro mostrar que a faxina no governo continua, ainda há ceticismo quanto à eficiência das medidas em um sistema de concessões aos partidos.

O problema apontado no texto é o fato de que o antecessor de Dilma, o ex-presidente Lula, “aumentou bruscamente o número de ministros no gabinete para atender à coalizão governista, que se estende a mais de 10 partidos”.

Quando Dilma demite um ministro, geralmente o substituto vem do mesmo partido, o que perpetua o sistema de concessões, segundo o jornal.


Por outro lado, há analistas que acreditam em uma melhora, ainda que lenta, na governança do poder público. Os motivos são, principalmente, a maior fiscalização por parte da mídia, da polícia federal, e de outras entidades.

Além disso, a crescente classe média no Brasil tem se tornado cada vez mais exigente, o que vai forçar uma melhora na transparência por parte do governo. “Não basta mais entregar crescimento econômico e da oferta de empregos para conseguir a reeleição em 2014. Também é preciso melhorar a qualidade da educação, saúde, e segurança”, diz um analista ouvido pelo FT.

Segundo o jornal, Dilma continua popular frente aos eleitores, mas será testada no próximo ano. Ela deve realizar uma reforma ministerial no começo de 2012, e tem pela frente eleições municipais que devem medir a popularidade de seu partido.

A reforma ministerial pode ajudar Dilma a solidificar seu controle sobre a coalizão partidária, ou trazer à tona mais problemas, criando novas disputas”, diz o FT. Por isso, segundo o jornal, tão intensa quanto a ação da presidente ao reformar os ministérios deverá ser a torcida dela por menos problemas no ano que vem.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaDilma RousseffEmpresasFinancial TimesIrregularidadesJornaisPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Presidente eleito do Uruguai e Lula conversam sobre acordo Mercosul e UE: 'Estamos otimistas'

Lira diz que medidas de corte de gastos contarão 'com boa vontade' da Câmara e que IR fica para 2025

Unicef pede para Austrália consultar jovens sobre lei que restringe acesso a redes sociais

Expectativa de vida do brasileiro sobe para 76,4 anos e supera índice anterior à pandemia, diz IBGE