Brasil

Desenrola vai começar a renegociar dívidas bancárias na segunda; veja como participar

Na primeira fase do programa, o Desenrola dará prioridade a dívidas bancárias, como as do cartão de crédito. A autorização será para a "Faixa 2"

 (Dreamstime/Reprodução)

(Dreamstime/Reprodução)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 14 de julho de 2023 às 07h36.

Última atualização em 14 de julho de 2023 às 10h48.

O programa Desenrola, criado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começará a sair do papel na próxima segunda-feira, 17, conforme uma portaria do Ministério da Fazenda com as regras publicada nesta sexta-feira, 14.

Na primeira fase do programa, o Desenrola dará prioridade a dívidas bancárias, como as do cartão de crédito. A autorização será para a "Faixa 2". Devedores com renda de até R$ 20 mil poderão procurar as instituições financeiras para renegociar débitos, sem limite de valores.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

A exigência do governo é que, na renegociação, o parcelamento seja de, no mínimo, 12 meses. A expectativa é que 30 milhões de pessoas sejam atendidas por esse formato. E brasileiros com dívidas em atraso de até R$ 100 com bancos terão o nome limpo.

Em troca, o governo vai oferecer um estímulo para adesão das instituições financeiras. Segundo o Ministério da Fazenda, o incentivo para os bancos, nessa primeira etapa de negociação direta, será conseguir melhorar seus balanços. Isso porque o Desenrola vai acelerar o processo de reconhecimento de créditos tributários dos bancos. Na prática, para cada R$ 1 de dívida renegociada, o banco terá R$ 1 a mais para novos empréstimos.

Em nota, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, informou que o desenho do Desenrola está em linha com as tratativas feitas nos últimos meses em conjunto pelo governo federal e a entidade. “Considero que o programa cumpre o papel essencial no momento delicado das finanças das famílias brasileiras, ao procurar reduzir dívidas da maior quantidade possível de pessoas”, afirmou.

Quando o programa foi anunciado, o governo afirmou que ele incluiria dívidas de concessionárias, como água, luz e esgoto, e varejistas, mas estes débitos ainda não poderão ser renegociados na primeira etapa.

Desenrola para faixa 1

A plataforma digital de renegociação voltada para a chamada faixa 1 dos devedores, brasileiros com renda de até dois salários mínimos e dívidas de até R$ 5 mil será lançada nos próximos meses.

A renegociação de débitos da faixa 1 conta com R$ 8 bilhões em garantias do Fundo Garantidor de Operações (FGO). Ele funciona como uma proteção aos bancos caso o devedor não pague parte das parcelas.

Além disso, o modelo pressupõe competição entre as instituições financeiras, que farão uma espécie de leilão para “ganhar” a dívida. O vencedor será quem oferecer condições mais vantajosas ao devedor.

Acompanhe tudo sobre:DesenrolaDívidas pessoaisGoverno LulaMinistério da Fazenda

Mais de Brasil

Moraes determina que plataforma Rumble indique representante legal no Brasil

Moraes nega pedido da defesa de Bolsonaro e mantém prazo de 15 dias para contestação de denúncia

Defesa de Bolsonaro diz que vai pedir anulação da delação de Cid

Justiça anula decisão do Ibama que reduziu geração de energia em Belo Monte