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Defesa de Bolsonaro diz que vai pedir anulação da delação de Cid

Conteúdo da delação foi tornado público na quarta-feira. Advogado fala em mudança de versões de delator e vazamento do conteúdo dos depoimentos

Vilardi também solicitou a ampliação do prazo para análise dos autos e elaboração da defesa de Bolsonaro (Sebastiao Moreira/EFE)

Vilardi também solicitou a ampliação do prazo para análise dos autos e elaboração da defesa de Bolsonaro (Sebastiao Moreira/EFE)

Agência o Globo
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Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 17h10.

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O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, afirmou nesta quinta-feira (20) que pedirá a anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O conteúdo do acordo de colaboração premiada foi tornado público na última quarta-feira, e os vídeos dos depoimentos foram incluídos no processo.

— A delação vai ser questionada — declarou Vilardi ao O GLOBO.

Defesa aponta contradições na delação

A defesa de Bolsonaro baseia o pedido no fato de Mauro Cid ter afirmado, em áudios vazados à revista Veja, que policiais teriam pressionado para que ele apresentasse informações que não sabia. No entanto, ao prestar depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Cid negou qualquer pressão e confirmou seu interesse na colaboração.

Além disso, Vilardi questiona o fato de Cid ter mudado de versão em diferentes depoimentos e de a delação ter se tornado pública.

Crítica à atuação de Moraes

Outro ponto que será contestado é a postura de Alexandre de Moraes durante a audiência de homologação da delação, realizada em novembro de 2023. Segundo Vilardi, o ministro teria feito uma cobrança incisiva ao ex-ajudante de ordens:

— A questão não é nem a bronca. O juiz não pode fazer o papel da instrução na colaboração premiada — disse o advogado.

Na ocasião, Moraes afirmou que Cid precisava apresentar "fatos" e que aquela era sua "última chance" de dizer a verdade.

Pedido para ampliar prazo de defesa

Vilardi também solicitou a ampliação do prazo para análise dos autos e elaboração da defesa de Bolsonaro. Moraes concedeu 15 dias para que todos os envolvidos no caso apresentem suas alegações, mas a defesa do ex-presidente pede 83 dias – o mesmo tempo que a Procuradoria-Geral da República (PGR) levou para analisar o caso antes de apresentar sua denúncia.

Além disso, Vilardi estuda solicitar que o julgamento ocorra no plenário do STF, composto por 11 ministros, em vez de ser analisado apenas pela Primeira Turma, que conta com cinco magistrados.

(Com informações de O GLOBO)

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