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Debandada no PSDB em SP e força do PSD no Rio: as movimentações no fim da janela partidária

Entre as principais movimentações da janela partidária nas capitais estão a debandada de vereadores no PSDB em São Paulo e o fortalecimento do PSD no Rio

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 5 de abril de 2024 às 15h59.

Última atualização em 5 de abril de 2024 às 16h48.

O período para vereadores eleitos em 2020 mudarem de partido sem perder o mandato, conhecido como janela partidária, termina nesta sexta-feira, 5, às 23h59.

Entre as principais movimentações nas capitais estão a debandada de vereadores no PSDB em São Paulo e o fortalecimento do PSD no Rio, partido do prefeito da cidade Eduardo Paes, que se consolidou como a maior bancada da Câmara.

O prazo para movimentações começou em 7 de março, e termina na mesma data limite de filiação partidária para quem não tem cargo político e vai concorrer as eleições. A janela partidária é aberta em qualquer ano eleitoral, seis meses antes da votação.

PSDB sem vereador pela primeira vez

Em São Paulo, o PSDB pode não ter vereador na Câmara Municipal pela primeira vez na história do partido. Após a decisão da executiva em não apoiar à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a bancada inteira do partido, que era a maior ao lado do PT, decidiu deixar o partido. Em debandada, quatro políticos foram para o MDB, os outros foram para PSD, Podemos e PL.

Entre os nomes estão Fábio Riva, líder do governo na Câmara, Gilson Barreto, um dos fundadores do partidos, e João Jorge, filiado ao PSDB há 32 anos. O único vereador que ainda não anunciou para qual partido irá foi Xexéu Trípoli.

Em entrevista à EXAME, o presidente da sigla na cidade, José Aníbal, disse que as baixas do partido aconteceram por um alinhamento irrestrito do vereadores, sem considerar os interesses da sigla — e da cidade.

Para onde foram os vereadores do PSDB após debandada

  • Aurélio Nomura: PSD
  • Beto Social: Podemos
  • Fábio Riva: MDB
  • Gilson Barreto: MDB
  • João Jorge (filiado há 32 anos): MDB
  • Rute Costa: PL
  • Sandra Santana: MDB
  • Xexéu Trípoli: ainda não anunciou novo partido

Datena no PSDB

Em contrapartida, a sigla filiou o apresentador e jornalista José Luiz Datena. Convidado pela pré-candidata Tabata Amaral para ser vice, o comunicador estava no PSB e foi para o PSDB em um aceno de acordo entre os partidos. Como mostrou a EXAME, Datena disse que a sua vontade é estar ao lado de Tabata nas eleições, mas que o acordo depende de uma coligação entre os partidos. 

Datena assina filiação ao PSDB ao lado do Tabata Amaral e José Aníbal

PSD de Paes fortalecido no Rio

Em um cenário favorável, o PSD do Rio de Janeiro saiu como "vitorioso" na janela partidária. A sigla da sua bancada de oito para 12 vereadores. Nas eleições de 2020, o partido elegeu apenas três parlamentares, mas outros nomes se filiaram ao longo do tempo, como o caso de Carlo Caiado, que deixou o DEM, e é o presidente da Câmara Municipal do Rio.

A mudança com maior simbolismo é de Cesar Maia, ex-prefeito da cidade e vereador, que estava no PSDB. Segundo o diretório da legenda, a ideia é eleger pelo menos 15 vereadores nas eleições deste ano. No total, a Câmara tem 51 parlamentares.

Veja como fica a bancada do PSD na Câmara do Rio:

  1. Alexandre Beça
  2. Átila Nunes
  3. Carlo Caiado
  4. Cesar Maia
  5. Luciano Medeiros
  6. Luiz Ramos Filho
  7. Marcelo Diniz
  8. Marcio Ribeiro
  9. Matheus Gabriel
  10. Prof.Célio Lupparelli
  11. Rocal
  12. Rosa Fernandes

Outra mudança na composição partidária no Rio foi saída de Carlos Bolsonaro do Republicanos para integrar as fileiras do PL. Em 2020, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro teve 71 mil votos. É esperado que Carlos ajude a sigla aumentar as quatro cadeiras que têm hoje na Câmara.

Aldo Rebelo no MDB

Cotado como possível vice de Nunes, Aldo Rebelo anunciou que trocou o PDT pelo MDB nesta sexta-feira. O ex-ministro da Defesa e atual secretário de Relações Internacionais de São Paulo, histórico aliado dos governo Lula e Dilma, se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro nos últimos anos e se coloca como uma opção a direita. A ideia é uma chupa pura, mas intenção pode enfrentar resistência do PL.

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