Brasil

"Corrupção é obstáculo para desenvolvimento político", diz Janot

O ex-procurador-geral da República afirmou que a saída para crise no país se dá na política e não fora dela

Janot: "A solução para a crise política que o Brasil vive só pode acontecer através da política" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Janot: "A solução para a crise política que o Brasil vive só pode acontecer através da política" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 16h07.

Belo Horizonte - O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou nesta segunda-feira, 23, que a corrupção "é obstáculo para o desenvolvimento político".

A declaração foi dada em uma palestra a alunos e professores de uma faculdade de Belo Horizonte. Segundo Janot, a saída para crise no País se dá na política e não fora dela.

"A solução para o Brasil hoje, para a crise política que o Brasil vive, só pode acontecer através da política. Não há outra opção possível desse problema político que passa o país".

Às vésperas da votação, no Congresso Nacional, da segunda denúncia contra o presidente da República, Michael Temer (PMDB), o ex-chefe do Ministério Público Federal (MPF) disse ainda esperar que o combate à corrupção no País continue e afirmou que a percepção sobre o Brasil no exterior melhorou depois das investigações contra a corrupção no país.

"Como o Brasil é visto lá fora depois de todas essas atividades que realizou, e que a gente espera que continue"?, disse Janot, que iniciou a palestra citando declaração do Papa Francisco, em que o chefe da Igreja Católica trata a corrupção como algo "sujo" e que "fede".

Em seguida, Janot apresentou dados que retirou do Fórum Econômico Mundial, que mostram o Brasil saindo da posição 120.ª para a 109.ª na lista das nações que mais combatem a corrupção.

Janot deixou o cargo de procurador-geral da República, depois de dois mandatos, em 17 de setembro. Foi substituído por Raquel Dodge. O ex-procurador foi o responsável no MP pela maior parte da condução das investigações no âmbito da Lava Jato.

O ex-procurador-geral também fez um balanço sobre a Operação Lava Jato. Disse que, até agora, foram abertos 1765 procedimentos e fechadas 120 colaborações premiadas no Supremo Tribunal Federal (STF).

Como vem acontecendo com frequência, Janot, mais uma vez, voltou a evitar a imprensa. Ao sair da escola, a intenção do ex-procurador era pegar um táxi.

Quando soube da presença de repórteres na entrada da escola, conseguiu carona com um professor e deixou o local pela garagem.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaPolítica no BrasilPolíticos brasileirosRodrigo Janot

Mais de Brasil

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos