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Correios ainda está de greve? Sindicato e empresa se reúnem para debater paralisação

Segundo a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) e a empresa estatal, seis de 36 sindicatos aderiram à paralisação

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 14h25.

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Os trabalhadores dos Correios e os representantes da empresa estatal realizam nesta quarta-feira, 21, uma reunião de mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para debater as negociações da campanha salarial deste ano. Os servidores estão em greve desde 7 de agosto.

Segundo a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) e a empresa estatal, seis sindicatos aderiram à paralisação. A adesão aconteceu em São Luís/MA, Palmas/TO, Aracaju/SE e Bauru/SP, além da região metropolitana de São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ. No total, a categoria tem 36 entidades que representam os trabalhadores nos estados.

Os Correios afirmam que 90% da operação está normalizada, com o movimento grevista mais concentrado na região metropolitana de São Paulo e no Rio de Janeiro. A FINDECT diz que, em São Paulo, a paralisação atinge pelo menos 80% dos trabalhadores da área de distribuição, tratamento, logística de transporte e atendimento. O complexo de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, está parcialmente paralisado, segundo trabalhadores de São Paulo que conversaram com a EXAME.

"Correspondências e cartas estão paradas. Por mais que uma parte dos terceirizados esteja trabalhando, eles não dão conta do serviço porque a demanda é muito alta", disse um dos servidores em condição de anonimato.

A estatal afirmou que vem adotando medidas para cobrir essas ausências, com horas extras e remanejamento de pessoal, e por isso, os impactos foram pouco sentidos nos primeiros dias da paralisação — mas, com o passar do tempo, a empresa começa a ter atrasos em determinados tipos de carga.

"A população é prejudicada", disseram os Correios em nota.

Após a reunião desta quarta-feira, a FINDECT vai se reunir na quinta-feira, 22, para deliberar.

Por que os trabalhadores dos Correios estão em greve?

O movimento ocorre em meio às negociações da campanha salarial de 2024/2025. Os trabalhadores pedem a redução do custeio do plano de saúde, reajuste salarial imediato e linear, melhorias nos benefícios, reajuste das funções de motorizados e a realização de um concurso público.

Além disso, a categoria exige o adicional de 70% das férias para todos os trabalhadores a partir de agosto, de forma não proporcional e sem garantias de manutenção conforme a proposta aprovada pela outra federação.

Os servidores recusaram uma proposta da empresa, que ofereceu um reajuste linear de R$ 260 (que garante um aumento de até 7,65% para 55 mil empregados), Vale Peru de R$ 2.500, aumento de 20% na função dos empregados que possuem a função “motorizada” – ou seja, motociclistas e motoristas – e aumento de 4,11% nos benefícios a partir de agosto de 2024.

Sobre o plano de saúde, a empresa propôs um processo de alteração do regulamento para redução da coparticipação de 30% para 15%, com previsão de implementação no próximo mês, após a realização dos ajustes necessários para adequação às normas vigentes.

"A insatisfação dos trabalhadores é evidente e se reflete na rejeição unânime à proposta da ECT. A proposta da empresa não prevê reajuste salarial imediato, adiando-o para janeiro de 2025, e ignora a recuperação dos benefícios retirados nos últimos anos. Outro ponto crítico é o plano de saúde, que consome mais de 30% dos salários dos trabalhadores, comprometendo sua qualidade de vida", diz a FINDECT em nota.

Os Correios afirmam que, apesar da recusa da FINDECT, que representa cinco sindicatos, a FENTECT, que responde por 31 associações estaduais, já oficializou a aprovação da proposta final apresentada pela estatal. A expectativa é que a empresa formalize a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais sobre o tema, conforme previsto na legislação atual, para prosseguir com a assinatura do acordo.

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