Colgate admite que pasta interditada pela Anvisa pode causar sensibilidade
Após recurso, interdição cautelar sobre produto foi suspensa; empresa garante que não há risco à saúde


Editora de Finanças
Publicado em 28 de março de 2025 às 11h10.
Última atualização em 28 de março de 2025 às 12h35.
A Colgate-Palmolive afirmou que alguns consumidores podem apresentar "sensibilidade a certos ingredientes – como fluoreto de estanho, corantes ou sabores" – da pasta de dente Colgate Total Clean Mint, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinar a suspensão da venda do produto na última quinta-feira, 27.
A companhia afirmou que o produto não oferece riscos à saúde. Em nota enviada à EXAME, a empresa reforçou seu compromisso com a qualidade e segurança de seus produtos. "Estamos cientes da decisão da Anvisa por uma interdição cautelar ao creme dental Total Clean Mint, que não implica o recolhimento do produto."
A empresa entrou com recurso, que resultou na suspensão automática dessa interdição na quinta-feira. Disse ainda que está tomando todas as medidas cabíveis para interagir com a Anvisa e demonstrar a segurança do produto. "Nossas equipes estão preparadas para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o creme dental Total Clean Mint com autoridades, profissionais, clientes e consumidores."
Entenda o caso
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou esta semana a interdição cautelar de todas as pastas de dente do modelo Colgate Clean Mint, após o registro de pelo menos 13 casos de eventos adversos. A medida, que vale por 90 dias, foi tomada com base em notificações entre 1º de janeiro e 19 de março de 2025, e pode ser contestada pela Colgate.
Os sintomas reportados pelos consumidores incluem inchaço nas amígdalas, lábios e mucosa oral, sensação de ardência, dormência, boca seca, gengiva irritada e vermelhidão. Até o momento, a Anvisa não detalhou se houve registros de reações mais graves ou se os eventos envolvem lotes específicos.
A interdição é preventiva e cautelar, o que significa que a Colgate pode apresentar argumentos para reverter a decisão. A empresa será notificada formalmente e tem o direito de recorrer, conforme previsto pela legislação.
A Anvisa, em nota, ressaltou que a medida visa proteger a saúde dos consumidores enquanto as investigações continuam. O prazo de 90 dias para a interdição segue a legislação vigente, mas não impede a análise e contestação por parte da fabricante.
Pelas redes sociais, os consumidores relataram que o problema deve estar relacionado à troca de fórmula da pasta de dente. O produto, que começou a ser comercializado em julho de 2024, utiliza fluoreto de estanho, enquanto a versão anterior empregava fluoreto de sódio.