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Chapa Lula-Alckmin: dupla lança pré-candidatura neste fim de semana

O evento, realizado em São Paulo, está sendo chamado de lançamento do movimento “Vamos Juntos Pelo Brasil", e promete reunir políticos de diversos partidos

Alckmin e Lula: os dois já foram adversários e eleições passadas. (Alexandre Schneider/Getty Images)

Alckmin e Lula: os dois já foram adversários e eleições passadas. (Alexandre Schneider/Getty Images)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 6 de maio de 2022 às 06h00.

Última atualização em 6 de maio de 2022 às 08h33.

O Partido dos Trabalhadores (PT) marcou um evento para este sábado (7) em que vai oficializar a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer à Presidência da República, em outubro deste ano. O ato também marca a oficialização da chapa, com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), como vice do petista.

O evento está sendo chamado de lançamento do movimento “Vamos Juntos Pelo Brasil", e promete reunir políticos de diversos partidos apoiadores da chapa, incluindo PCdoB, Solidariedade, PSOL, PV e Rede, e das centrais sindicais. São esperadas cerca de 4.000 pessoas a partir das 10 horas, no Expo Center Norte, em São Paulo. Além de Lula, Alckmin também fará um pronunciamento, mostrando qual será o tom da campanha dos dois.

Na quarta-feira, 4, o ex-governador se reuniu com o ex-ministro Aloizio Mercadante para discutir o programa de governo da candidatura do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto. Na reunião, Mercadante pediu indicações de nomes técnicos para debater o programa de governo e sugestões ao ex-governador, que defendeu a necessidade de se construir um "pacto republicano" no país. Alckmin falou também do agronegócio. Parte do setor rejeita Lula e prefere o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o ex-governador tem tentado reduzir essa resistência ao petista no setor rural.

"O Alckmin agrega experiência, agrega um setor da sociedade que durante muito tempo não votou no PT ou não quis votar no PT. O Alckmin agrega pessoas que pensam diferente de nós em muitas coisas", defendeu Lula, ontem, em entrevista à Rádio CBN Campinas. O PT espera que o ex-tucano também ajude a campanha a se aproximar de eleitores evangélicos e do mercado financeiro.

Em nota, Mercadante disse que Alckmin será uma "liderança fundamental" para derrotar Bolsonaro nas urnas em outubro. "Nosso entendimento é de que o pacto republicano e o pacto federativo, que estão sendo destituídos por Bolsonaro, precisam ser resgatados no Brasil, por meio da construção de relações de respeito e do estabelecimento de critérios para a distribuição de verbas públicas, seja no SUS, na educação ou nos investimentos", afirmou o ex-ministro, presidente da Fundação Perseu Abramo e um dos coordenadores da campanha de Lula.

De acordo com Mercadante, Alckmin também discutiu formas de alavancar investimentos para retomar obras públicas paradas no País. O ex-governador deve continuar participando de forma ativa da construção do plano de governo.

A campanha de Lula passa por uma crise de comunicação. Em entrevista à revista Time, o líder nas pesquisas de intenção de voto afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, é tão responsável pela guerra no país quanto o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ordenou a invasão do território ucraniano. O petista figura na capa da edição mais recente da revista americana.

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Marqueteiro

Em 25 de abril, o PT escolheu o publicitário baiano Sidônio Palmeira para comandar os programas de rádio e TV da campanha de Lula ao Palácio do Planalto. Na semana anterior, o partido havia anunciado a saída do marqueteiro Augusto Fonseca, que ficou desgastado diante de divergências relacionadas aos rumos da campanha.

Sidônio é diretor da agência Leiaute, em Salvador, e foi responsável pelos programas de TV de Fernando Haddad em 2018, quando o ex-ministro concorreu à Presidência e foi derrotado por Bolsonaro. Também já comandou campanhas de petistas como o ex-governador da Bahia Jaques Wagner e o atual, Rui Costa.

As divergências no comitê de Lula haviam aumentado diante de trocas de acusações entre o ex-ministro Franklin Martins, o coordenador de Comunicação que bancou o nome de Fonseca, e o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto. Na prática, Franklin se afastou do dia a dia da campanha, e o partido avalia colocar o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, no lugar dele.

(Com Estadão Conteúdo)

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