Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em operação contra fraudes em financiamentos imobiliários da Caixa Econômica Federal, que causaram prejuízo de R$ 1,8 milhão (Eduardo Frazão/Exame)
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Publicado em 11 de março de 2025 às 12h43.
Última atualização em 11 de março de 2025 às 12h46.
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira, 11, a operação Casa de Papel com objetivo de desarticular um esquema criminoso especializado em fraudes em contratos de financiamento imobiliário. A investigação, iniciada em 2022 a partir de uma comunicação da Caixa, identificou um grupo de fraudadores que causou um prejuízo de aproximadamente R$ 1,8 milhão à instituição. Os crimes ocorreram no Distrito Federal e região do entorno.
A fraude envolvia a criação de imóveis fictícios, utilizando uma empresa de fachada no setor da construção civil. O grupo criminoso apresentava documentos falsificados, como processos de habite-se (autorização de uso de imóvel), junto à prefeitura local, para terrenos que sequer existiam. Esses documentos eram aprovados por um fiscal de obras que fazia parte do esquema
Após a obtenção do habite-se, os envolvidos formalizavam a situação de imóveis inexistentes por meio da averbação do documento no Cartório de Registro de Imóveis. Com isso, os imóveis se tornavam aptos a receber financiamento habitacional. O grupo então iniciava os processos de financiamento imobiliário com a Caixa Econômica Federal, fraudando as etapas de vistoria e avaliação dos imóveis.
Até o momento, foram identificados 17 contratos fraudulentos, que envolveram diversos agentes e bens da organização criminosa. Em cumprimento à operação, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências e em um endereço profissional dos investigados. Além disso, a PF decretou o bloqueio de bens dos suspeitos no valor de R$ 1,8 milhão, correspondente ao prejuízo causado.
A operação destaca a atuação da Caixa na identificação de irregularidades no setor imobiliário e o esforço conjunto da Polícia Federal no combate a fraudes, especialmente em transações financeiras de grande porte. As investigações continuam, e novas medidas poderão ser adotadas para desarticular o grupo criminoso.
Em nota, o banco diz que "atua conjuntamente com os órgãos de segurança pública nas investigações e operações que combatem fraudes e golpes, como no caso da Operação Casa de Papel. Tais informações são consideradas sigilosas e repassadas exclusivamente à Polícia Federal e demais órgãos competentes, para análise e investigação".
"O banco aperfeiçoa, continuamente, os critérios de segurança de acesso aos seus aplicativos e movimentações financeiras, acompanhando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a maneira de operar de fraudadores e golpistas, e monitora ininterruptamente seus produtos, serviços e transações bancárias para identificar e investigar casos suspeitos", complementam.