Brasil

Câmara confirma cassação do mandato de Deltan Dallagnol pelo TSE

Ministros chegaram à conclusão de que o Dallagnol de fato tentou burlar a Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2022

Deltan Dallagnol cassado: Ele foi eleito deputado federal em 2022 por 344.917 votos, a maior votação no Paraná, e os votos agora vão para a legenda do partido (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)

Deltan Dallagnol cassado: Ele foi eleito deputado federal em 2022 por 344.917 votos, a maior votação no Paraná, e os votos agora vão para a legenda do partido (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)

Publicado em 6 de junho de 2023 às 17h40.

Depois de várias idas e vindas no processo de revogação do mandato de Deltan Dallagnol, que coordenou a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi confirmada nesta terça-feira, 6, pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Com isso, seu mandato foi cassado.

A medida é consequência da irregularidade do deputado, que pediu exoneração do cargo de procurador da República enquanto ainda respondia a sindicâncias, reclamações disciplinares e pedidos de providências no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) — de acordo com a Lei da Ficha Limpa.

No dia 16 de maio, os ministros do TSE chegaram à conclusão, por unanimidade, de que Dallagnol cometeu irregularidade. Ele foi eleito deputado federal em 2022 por 344.917 votos, a maior votação no Paraná, e os votos agora vão para a legenda do partido.

Segunda decisão unânime

Na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, a decisão também foi unânime a favor da cassação. Fazem parte da Mesa presidente da Câmara, Arthur Lira; o primeiro e o segundo vice-presidentes, Marcos Pereira e Sóstenes Cavalcante ; e quatro secretários - Luciano Bivar , Maria do Rosário, Júlio Cesar  e Lucio Mosquini . Há ainda quatro suplentes - Gilberto Nascimento, Pompeo de Mattos (PDT-RS), Beto Pereira (PSDB-MS) e André Ferreira (PL-PE).

Por que Deltan Dallagnol  foi cassado?

Os ministros analisaram duas ações. Uma delas foi proposta pela Federação Brasil da Esperança, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O processo afirma que, embora não respondesse a processos disciplinares quando pediu desligamento do Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol era alvo de reclamações administrativas e sindicâncias e que esses procedimentos são 'equiparados'.

"Havia admissibilidade ou ao menos não havia arquivamento sumário, ou seja, os indícios permitiam o processamento e a responsabilização nesses autos se eventualmente comprovada a situação", argumentou o advogado Luiz Peccinin, que representa a Federação Brasil Esperança, antes da votação.

Quando pediu exoneração, em novembro de 2021, o então procurador era alvo de reclamações e sindicâncias por suspeita de grampos clandestinos, violação de sigilo funcional, improbidade administrativa, abuso de poder e quebra de decoro. Uma delas havia sido aberta a pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar se Dallagnol investigou, sem autorização, a movimentação patrimonial de ministros da Corte.

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná havia rejeitado os pedidos. O Ministério Público Eleitoral também considerou a candidatura do ex-procurador regular.

O advogado Leandro Rosa, que representa Dallagnol nos processos, argumentou que o ex-procurador teve o 'cuidado' de procurar o CNMP antes de pedir exoneração e defendeu os procedimentos administrativos pendentes na época não poderiam levar à sua demissão.

Acompanhe tudo sobre:Deltan DallagnolFTSETSECâmara dos Deputados

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP