Vacina do Butantan. (Eduardo Frazão/Exame)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 22 de setembro de 2021 às 12h12.
Última atualização em 22 de setembro de 2021 às 12h27.
O Instituto Butantan fez, nesta quarta-feira, 22, a primeira entrega direta de vacina contra a covid-19 a cinco estados. O lote com 2,5 milhões de doses será entregue ao Ceará, Espírito Santo, Pará, Piauí e Mato Grosso. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa com a presença do governador de São Paulo, João Doria, e dos governadores Wellington Dias (PI), Camilo Santana (CE), Renato Casagrande (ES), e de Helder Barbalho (PA).
Na semana passada, o Butantan concluiu todas as entregas de 100 milhões de doses de vacina contra a covid-19 ao Ministério da Saúde. A previsão inicial era concluir os envios até o fim deste mês, depois o Butantan adiantou para o fim de agosto, e depois mudou novamente a data para meados de setembro.
A vacina do Butantan foi a primeira aplicada no Brasil, no dia 17 de janeiro. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 94 milhões de doses já foram distribuídas. Mais de 33% da população imunizada recebeu a Coronavac, sobretudo profissionais de saúde e idosos acima de 80 anos. Atualmente, é o segundo imunizante mais usada no país, somente atrás da vacina da Fiocruz/AstraZeneca.
Durante a coletiva no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, os governadores reclamaram da falta de doses, que são enviadas pelo Ministério da Saúde. "O Programa Nacional de Imunizações tem uma defasagem com vários estados, é o caso do meu [Piauí]. Nós temos muita gente que precisam tomar a primeira e segunda doses", disse o governador Wellington Dias.
Na semana passada, o Ministério da Saúde, suspendeu a aplicação de vacina em adolescentes e alertou a estados para cumprirem o PNI. O ministro Marcelo Queiroga disse, na ocasião, que "não faltava doses", mas que as unidades federativas precisaram seguir o cronograma nacional.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, na terça-feira, 21, o recolhimento de 12,1 milhão de doses da Coronavac que foram colocadas em quarentena. O problema apontado pelo órgão é que os imunizantes foram fabricados em uma planta na China que não foi inspecionada pela Anvisa.
“Os lotes objetos da interdição não correspondem ao produto aprovado pela Anvisa nos termos da Autorização Temporária de Uso Emergencial (AUE) da vacina Coronavac. Isso porque esses lotes foram fabricados em local não aprovado pela instituição e, conforme informado pelo próprio Instituto Butantan, nunca inspecionado por autoridade com sistema regulatório equivalente ao da Agência”, diz uma nota enviada à imprensa.