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Boulos no PT: petista cogita 'solução' para impasse de candidatura em 2024

Secretário de Comunicação petista, Jilmar Tatto diz estar preocupado com desempenho do partido nas eleições municipais do próximo ano

SP - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/VISITA/BOULOS - GERAL - O pré-candidato à Deputado Federal no Estado de São Paulo pelo Psol, Guilherme Boulos, esteve no Sindicato dos   Metalúrgicos, na cidade de São José dos Campos, na região do Vale do Paraíba, neste sábado, 16 de julho de 2022,   onde teve uma conversa com diversos apoiadores. Guilherme Boulos é o coordenador da campanha do Lula no Estado.  (LUCAS LACAZ RUIZ/Estadão Conteúdo)

SP - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/VISITA/BOULOS - GERAL - O pré-candidato à Deputado Federal no Estado de São Paulo pelo Psol, Guilherme Boulos, esteve no Sindicato dos Metalúrgicos, na cidade de São José dos Campos, na região do Vale do Paraíba, neste sábado, 16 de julho de 2022, onde teve uma conversa com diversos apoiadores. Guilherme Boulos é o coordenador da campanha do Lula no Estado. (LUCAS LACAZ RUIZ/Estadão Conteúdo)

Agência o Globo
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Publicado em 3 de abril de 2023 às 17h16.

A um ano e meio da eleição municipal, lideranças do PT começam a se preocupar com a ausência de uma candidatura competitiva do partido para retomar a Prefeitura de São Paulo. Uma das ideias ventiladas é discutir a filiação Guilherme Boulos (PSOL), estrela em ascensão da esquerda nacional e deputado federal mais votado do estado.

A tese é defendida pelo secretário de Comunicação do PT, o deputado federal Jilmar Tatto. Ele se diz preocupado com o cenário eleitoral do ano que vem, quando o partido deve ter problemas para lançar candidatos a prefeito em pelo menos quatro grandes capitais (São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Recife). Para ele, concorrer com um vice ou apoiar outros candidatos seria uma oportunidade desperdiçada de consolidar a força do PT nessas cidades.

O temor de Tatto é de perder espaço para o bolsonarismo. Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro que abriga os principais nomes da extrema-direita no país, pretende lançar candidaturas próprias em todas as cidades com mais de 200 mil habitantes. Na avaliação de Tatto, seria um erro estratégico não marcar presença também.

O obstáculo para uma candidatura própria petista seria um acordo firmado em 2022 entre Boulos e a cúpula do PT, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann. O PSOL aceitou retirar a candidatura de Boulos ao governo de São Paulo — para não concorrer contra o candidato petista, Fernando Haddad —, e em troca teria apoio do PT para a eleição à Prefeitura da capital em 2024.

— Se foi feito acordo, nós vamos cumprir. Mas vamos discutir as bases desse acordo. O Boulos poderia vir para o PT, por exemplo. O PT é grande demais para ficar sem candidato na cidade. Para o Boulos, seria a melhor coisa do mundo — afirma Tatto.

Tatto defende que o partido monte uma força-tarefa o mais rápido possível para planejar as eleições municipais, pré-campanha, alianças, chapas, estratégias, programas de governo e coordenações de campanhas, sob o risco de que o declínio no comando de prefeituras se mantenha.

Desde 2012, a legenda vem perdendo cidades. Naquele ano, conquistou 637 prefeituras. Em 2016, 254. Na eleição passada, o número caiu para 183.

— O quadro não é bom para o PT. As eleições municipais são um momento de afirmação e crescimento dos partidos. Não podemos abrir mão disso — declara.

Procurado, Boulos não quis se manifestar. Seus aliados, no entanto, dizem que o acordo firmado será cumprido, mas que o líder sem-teto ainda precisa vencer resistências em grupos específicos dentro do PT. O deputado deve começar em junho uma série de agendas para se aproximar da militância petista.

Em 2020, o PT não elegeu prefeitos nas capitais pela primeira vez desde a redemocratização (em 2004 conquistou nove prefeituras). Em São Paulo, cidade que já governou três vezes, o partido concorreu com Tatto e foi desbancado do segundo turno por Boulos, ficando fora da segunda fase da eleição também de forma inédita.

Na direita, os principais candidatos já projetam o candidato do PSOL no segundo turno. Aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB) confiam que Boulos chegará com mais força que o PT para o pleito, avaliação compartilhada por bolsonaristas de São Paulo.

Datena e Boulos

A tarefa de Boulos de construir um consenso entre os petistas ganhou um ruído nesta segunda-feira. Ele foi criticado pela secretária nacional de Planejamento e Finanças do PT, Gleide Andrade, nesta segunda-feira após a circulação de um vídeo supostamente vazado de uma conversa informal entre Boulos e o apresentador José Luiz Datena

Na gravação, Datena tenta convencer Boulos a "peitar" Lula para que os dois concorressem juntos. Nas redes sociais, o deputado do PSOL lamentou o vazamento da "conversa privada" que, em sua opinião, ocorreu para "criar polêmica".

"Como o mundo mudou, heim? Quem diria @GuilhermeBoulos com @DatenaOficial num jantar onde o cardápio era o @ptbrasil e o @LulaOficial. Vexame pior é o Boulos tentar explicar o inexplicável, para mim vale a máximo 'a emenda ficou pior que o soneto'", publicou Gleide

Acompanhe tudo sobre:Guilherme BoulosPT – Partido dos TrabalhadoresPSOL – Partido Socialismo e Liberdade

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