Brasil

Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria após operação da PF, diz NYT

Imagens de segurança obtidas pelo jornal americano mostram que o ex-presidente passou duas noites na sede diplomática da Hungria

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 25 de março de 2024 às 14h42.

Última atualização em 25 de março de 2024 às 14h43.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou pelo menos dois dias na embaixada da Hungria no Brasil após uma operação da Polícia Federal (PF) mirar os seus principais aliados e confiscar o seu passaporte, de acordo com imagens da câmara de seguranças da sede diplomática obtidas pelo jornal norte-americano The New York Times.

Segundo o jornal, Bolsonaro ficou na embaixada acompanhado de dois seguranças. Ele chegou na noite de segunda-feira, 12, e foi embora do local na tarde de quarta-feira, 14. Imagens de satélite mostraram o carro de Bolsonaro estacionado na embaixada em 13 de fevereiro.

As imagens mostraram que o embaixador húngaro e membros da equipe da embaixada acolheram o ex-presidente. Além das imagens, o jornal confirmou com um funcionário da embaixada húngara, que falou sob condição de anonimato, o plano da equipe de receber Bolsonaro.

Em um "aparente asilo" na embaixada, Bolsonaro não poderia ser preso, uma vez que o prédio é considerado território estrangeiro, fora do alcance da PF. Questionada pela EXAME, a defesa e assessoria de Bolsonaro não comentou o caso.

No dia 8 de fevereiro, a PF deflagrou a Operação Tempus Veritatis   "hora da verdade", em latim –, para apurar, segundo a PF, uma suposta organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado. As ordens expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes apreenderam o passaporte de Bolsonaro e proibiu que ex-presidente tenha contato com outros investigados.

Relação de Bolsonaro com a Hungria

Durante o seu governo, Bolsonaro se aproximou do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, que está no poder desde 2010 e é considerado um conservador de direita. Em encontro, o ex-presidente chamou Órban de "irmão" e destacou as afinidades políticas e ideológicas entre os dois.

Na posse de Javier Milei como presidente da Argentina, em dezembro de 2023, a dupla se reuniu novamente, quando Órban chamou Bolsonaro de "herói".

Em 8 de fevereiro, Orbán já havia saído em defesa do ex-presidente brasileiro. Na ocasião, em uma rede social, Orban publicou uma foto com Bolsonaro e o incentivou a "continuar lutando". "Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente", escreveu Orban no dia 8 de fevereiro.

Orbán foi um dos poucos chefes de Estado que estiveram na posse de Bolsonaro, em janeiro de 2019. O premier húngaro faz parte de uma rede mundial de líderes conservadores ligados à extrema direita.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroHungria

Mais de Brasil

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização