Brasil

Bolsonaro nega interferência na Petrobras mesmo após demissões seguidas

Bolsonaro já demitiu três presidentes da Petrobras por irritações com reajustes dos combustíveis, que obedecem a chamada política de Preço de Paridade de Importação

Jair Bolsonaro (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de maio de 2022 às 15h06.

Última atualização em 26 de maio de 2022 às 15h09.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, negou que seu governo intervenha ou vá interferir na Petrobras. "Não vou interferir na Petrobras, porque o PT já fez no passado. A interferência levou a um endividamento monstro", declarou a jornalistas, mesmo após trocar o comando da estatal apenas 40 dias após uma mudança anterior.

Bolsonaro já demitiu três presidentes da Petrobras por irritações com reajustes dos combustíveis, que obedecem a chamada política de Preço de Paridade de Importação (PPI). De acordo com o presidente da República, ele não sabia o que é PPI, mesmo criticando a política com frequência.

LEIA TAMBÉM: Petrobras vendeu refinaria no Ceará por metade do valor real, diz Ineep

"Mandei levantar o que é PPI de verdade, eu não tinha informações", afirmou na saída de uma igreja em Brasília. "Eu queria saber se as nossas refinarias estão trabalhando com capacidade máxima, eu não tinha informações."

Bolsonaro fala em 'carta branca' a Sachsida

O presidente voltou a dizer que o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tem 'carta branca'. "Ninguém é dono da Petrobras, eu sou acionista majoritário e tenho direito via Ministério de Minas e Energia de propor a mudança não só do conselho, bem como da diretoria", afirmou o presidente a jornalistas.

"O meu feito é dar porteira fechada, Sachsida, você tem carta branca", acrescentou. No entanto, chegou a afirmar: "Nem o Sachsida manda na Petrobras."

Nesta quinta-feira, ele voltou a atacar ainda a diretoria da empresa e sinalizou por mudanças. "Presidente da Petrobras ganha R$ 210 mil por mês, o povo está ouvindo aí?", disparou. " se é para ficar apertando botão, eu não preciso de pessoas qualificadas".

Como mostrou a reportagem, o governo deve indicar Iêda Cagni para presidir o Conselho de Administração da Petrobras e alterar a composição das outras cinco vagas a que tem direito na composição do Conselho.

Bolsonaro reiterou críticas à Petrobras e disse que o Brasil paga R$ 6 bilhões em fundo de pensão para "velhinhos norte-americanos", em referência à distribuição de dividendos da empresa, que tem ações negociadas em bolsa aqui e no exterior.

"Quem vendeu os papéis para minoritários? O governo Lula", declarou o presidente da República, dando novo tom eleitoral para o impasse dos combustíveis.

"Os minoritários têm poder enorme dentro da Petrobras, não querem saber e a gasolina está a R$ 8 e o diesel a R$ 7. Eles querem ganhar dinheiro, virou Petrobras Futebol Clube, até o fim social prevista na constituição não é cumprido. É a petrolífera que mais lucra no mundo", disparou o chefe do Executivo, que chamou o lucro da Petrobras de "estupro".

LEIA TAMBÉM: Se reeleito, Bolsonaro vai privatizar a Petrobras, diz Guedes

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroJair BolsonaroPetrobras

Mais de Brasil

'Grande Perigo': Inmet alerta para tempestade com ventos superiores a 100km/h e granizo no RS e SC

Morre aos 93 anos o físico Rogério Cerqueira Leite

PEC das Praias: projeto que engajou de Neymar a Piovani volta a ser discutido no Senado

João Campos, reeleito em Recife, defende gestão pública mais próxima do cidadão e sem intermediários