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Bolsonaro sobre eleição dos EUA: Brasil pode sofrer interferência externa

De acordo com Bolsonaro, há uma forte suspeita da ingerência de outras potências no resultado da eleição dos Estados Unidos

Bolsonaro ressaltou ainda que a "liberdade continua sendo ameaçada" na América do Sul (Alan Santos/PR/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 10h48.

No dia das eleições norte-americanas, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais na manhã desta terça-feira (3) para destacar a importância do pleito americano e as possíveis consequências ao Brasil, a depender do resultado. Bolsonaro não descarta uma "decisiva interferência externa" desde já para influenciar as eleições brasileiras presidenciais, que ocorrem em 2022.

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"No Brasil, em especial pelo seu potencial agropecuário, poderemos sofrer uma decisiva interferência externa, na busca, desde já, de uma política interna simpática a essas potências, visando às eleições de 2022", escreveu. O chefe do Executivo destacou que as "eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais".

Segundo o presidente, pelo peso da disputa eleitoral nos EUA "há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências, no resultado final das urnas". Bolsonaro ressaltou ainda que a "liberdade continua sendo ameaçada" e que é preciso se inteirar de tendências de esquerda na América do Sul.

"Nosso bem maior, a liberdade, continua sendo ameaçado. Nessa batalha, fica evidente que a segurança alimentar, para alguns países, torna-se tão importante e aí se inclui, como prioridade, o domínio da própria Amazônia", declarou. No fim de setembro, Bolsonaro rebateu declaração do candidato democrata Joe Biden sobre auxílio financeiro à Amazônia e possíveis consequências econômicas, caso a preservação da região não melhorasse.

Na ocasião, o chefe do Executivo avaliou a fala de Biden como "lamentável", além de "gratuita e desastrosa". A publicação nas redes sociais hoje recebeu endosso do filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara.

"Visão geopolítica é essencial neste mundo globalizado. O que acontece nos EUA tem reflexos no Brasil e na região", comentou Eduardo no texto publicado na página do Facebook de Bolsonaro.

Hoje, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro perguntou a apoiadores: "vai dar Trump ou vai dar Biden?". Na sequência, depois de ouvir de um apoiador que "tem que dar Trump", Bolsonaro disse: "não vou nem responder. Tem gente que acha que o Brasil está livre de problemas. Cheio de estrategista político por aí".

Bolsonaro já se manifestou em várias oportunidades favoravelmente à reeleição de Donald Trump. No último dia 20, em evento no Palácio do Itamaraty, declarou: "espero, se essa for a vontade de Deus, comparecer a posse do presidente brevemente reeleito nos Estados Unidos. Não preciso esconder isso. É do coração".

Nesta terça-feira em que será decidida a disputa eleitoral americana, Bolsonaro deve receber conselhos finais sobre como se posicionar ante o resultado do pleito. Em reunião com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e assessores da área internacional, Bolsonaro receberá um último panorama das eleições nesta manhã.

Os conselhos até o momento são de que Bolsonaro telefone para o vencedor, mesmo que seu favorito, Donald Trump, não seja reeleito. Além disso, a orientação dos auxiliares de Bolsonaro é que o presidente adote posição neutra em caso de judicialização do pleito, intenção já anunciada por Trump caso seja derrotado.

Apesar das pesquisas indicarem vantagem de Biden, Bolsonaro disse hoje para a CNN Brasil acreditar na reeleição de Trump. "Estou confiante com a reeleição de Donald Trump, porque será boa para as relações comerciais e diplomáticas com o Brasil", disse na entrevista.

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