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Bolsonaro diz que Greta Thunberg faz "showzinho" na COP-25

Ao defender o cultivo de cana na Amazônia, prática criticada por ambientalistas, presidente afirmou que não ocorrem ataques a outros países como ao Brasil

Jair Bolsonaro: presidente reclamou de críticas ambientalistas ao Brasil (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro: presidente reclamou de críticas ambientalistas ao Brasil (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 15h52.

Última atualização em 11 de dezembro de 2019 às 15h53.

Brasília — Em mais uma série de críticas a ambientalistas, o presidente Jair Bolsonaro defendeu hoje seu decreto que libera a plantação de cana de açúcar na Amazônia e voltou a atacar a ativista ambiental Greta Thunberg, de 16 anos, a quem acusou de estar fazendo um "showzinho" na COP-25, a conferência sobre o meio ambiente que acontece em Madri.

"Vocês sabiam que o Estado do Amazonas era proibido de plantar cana-de-açúcar por um decreto presidencial? Espero que o pessoal da COP-25 não venha nos acusar de querer substituir a floresta amazônica por um grande canavial", disse a empresários durante cerimônia da Confederação Nacional da Indústria em que recebeu a ordem do mérito industrial.

O decreto de 2009 revogado por Bolsonaro proibia o cultivo da cana em regiões consideradas ambientalmente vulneráveis, como a Amazônia e o Pantanal. À época, com a perspectiva de aumento de uso de biocombustíveis e um crescimento para o mercado internacional do etanol, havia o temor de que o cultivo avançasse nessas regiões e prejudicasse o produto brasileiro, pois já existiam críticas de entidades internacionais contra o Brasil por esse risco.

A avaliação do governo foi de que o decreto estava obsoleto e o código florestal, aprovado depois, já colocaria limites para o desmatamento. Ambientalistas, no entanto, alertaram que a alteração pode prejudicar o próprio produto brasileiro, que perde a garantia de ser produzido sem incentivar o desmatamento.

Bolsonaro afirmou que há uma "sanha" em atacar o Brasil na área ambiental, de uma maneira que não se faz em outros países.

"A sanha, a maneira como nos atacam nessa questão ambiental virou uma política econômica. O único país do mundo que agride o meio ambiente, que faz mal ao meio ambiente é o Brasil, segundo eles. Quando é exatamente o contrário. Ninguém tem uma área tão preservada como a nossa", reclamou.

O presidente voltou a chamar Greta Thunberg de "pirralha" e criticá-la pela sua ação a favor do meio ambiente. A adolescente foi escolhida nesta quarta personalidade do ano pela revista norte-americana Time.

"Tem até uma pirralha que tudo o que ela fala a nossa imprensa, a nossa imprensa, pelo amor de Deus, dá um destaque enorme. Ela está agora fazendo o seu showzinho lá na COP-25. Mas tudo bem", disse.

Mais cedo, ao falar com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada, Bolsonaro também havia criticado a ativista ambiental, o ator Leonardo di Caprio e ONGs. Apesar dos indícios de falhas graves no inquérito que levou à prisão de quatro brigadistas em Alter do Chão (PA), acusados de terem posto fogo na floresta, Bolsonaro elogiou a investigação.

Segundo o presidente, o trabalho da polícia foi "impressionante" e os brigadistas "ganhavam dinheiro de ONG para tocar fogo no Brasil"

"Parabéns, bom trabalho. Não é indício, são provas. Quando falei lá atrás que deveria, poderia ter dinheiro de ONG, me esculhambaram aqui", disse.

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