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Bolsonaro diz que Brasil não será passivo com ataques à soberania

Declaração do presidente é referência a críticas de países europeus após dados recordes sobre alta do desmatamento na Amazônia

Jair Bolsonaro: presidente fez referências a críticas estrangeiras sobre crise ambiental na Amazônia (Clauber Cleber Caetano/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: presidente fez referências a críticas estrangeiras sobre crise ambiental na Amazônia (Clauber Cleber Caetano/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 16h25.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quarta-feira, 4, que o Brasil é pacífico, mas "não continuará sendo passivo" quando sofrer um "ataque à soberania". "Quando um país nos ameaça, não vem daquele momento, vem de momentos anteriores, onde infelizmente autoridades e chefes políticos não se interessaram com essa questão", declarou.

Bolsonaro discursou em cerimônia em Anápolis, Goiás, para entrega da primeira aeronave KC-390 à Força Aérea Brasileira (FAB). O modelo é fabricado pela Embraer. No evento, o presidente repetiu que "a Amazônia brasileira é nossa".

As declarações de Bolsonaro ocorrem após críticas de países europeus, principalmente da França, sobre a crise ambiental na Amazônia. Bolsonaro disse que os ataques tiveram efeito positivo pois teriam engajado a população brasileira a defender a soberania do País.

O presidente ainda afirmou que o governo recebeu em seu primeiro ano de gestão um Orçamento "desorganizado para sermos civilizados". Bolsonaro disse que "se Deus quiser" o País deve "decolar" antes de 2022 "com reajuste de nossos orçamentos". "O caminho não é fácil. Gostaria de não fazer muita coisa que estou fazendo no tocante à (reforma da) Previdência. Mas sem esse trabalho e sem entendimento do parlamento brasileiro, nosso destino seria muito trágico", disse Bolsonaro.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, cresce em alas do governo a preocupação com o aperto fiscal. O motivo seria que, mesmo que o governo consiga ampliar a arrecadação e reduzir o rombo das contas públicas nos próximos anos, o teto de gastos apertado e o avanço das despesas obrigatórias (como o pagamento de salários e aposentadorias) devem reduzir o espaço para investimentos em obras e programas de governo.

KC-390

A aeronave entregue à FAB tem capacidade de realizar operações em local de difícil acesso e promete ajudar no combate de emergências, como queimadas. O governo adquiriu 28 aviões deste tipo. O modelo foi desenhado em parceria com a FAB. O contrato envolvendo fase de projeto e execução saiu por US$ 2 bilhões.

Além do presidente, estiveram no evento os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno; da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, comandantes militares, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), informalmente indicado para a Embaixada dos EUA e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

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