Boeing 737 Max 9: modelo de avião que voou de 'porta aberta' é suspenso no Brasil
Decisão é um novo revés para a gigante americana da indústria de aviação que tem enfrentado defeitos de fabricação e reparos caros nos últimos anos
Agência de notícias
Publicado em 7 de janeiro de 2024 às 14h51.
Última atualização em 7 de janeiro de 2024 às 14h52.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou neste domingo queo uso da aeronave Boeing 737 Max 9 está suspenso no país. O órgão do governo federal afirmou que o veto imediato foi decretada por autoridades dos Estados Unidos e também se aplica no Brasil. A decisão foi tomada um dia depois de uma aeronave recém-fabricada do tipo, operada pela Alaska Airways, perder parte da fuselagem pouco depois de decolar.
A decisão é um novo revés para a Boeing, gigante americana da indústria de aviação que tem enfrentado defeitos de fabricação e reparos caros nos últimos anos.
O impedimento do modelo de voar marca a resposta mais severa a um incidente desde que toda a frota de aeronaves Max da Boeing foi temporariamente retirada de serviço em 2019, após dois acidentes fatais.
O 737 Max é de longe o modelo mais popular da Boeing e sua maior fonte de receitas atualmente. O modelo de corredor único como o Max e o seu correspondente SE A320, da rival Airbus, é o mais usado pelas companhias em rotas aéreas curtas.
A iniciativa afeta cerca de 171 aviões, segundo comunicado da FAA. A Alaska, segunda maior operadora mundial do modelo, com 65 aeronaves, já suspendeu a frota dos 737 Max 9 depois do incidente de sexta-feira, após a decolagem de Portland, no estado de Oregon. Principal operadora da aeronave, com 78 unidades, a United Airlines também retirou alguns dos jatos de serviço para inspeções.
A Alaska Airlines informou em uma atualização que concluiu inspeções em “mais de um quarto” de sua frota de 737-9. A companhia começará a devolver os jatos ao serviço assim que as “inspeções forem concluídas com toda a nossa confiança”, afirmou o comunicado.
'Porta aberta' e pouso de emergência
O voo 1282 transportava 171 passageiros e seis tripulantes de Portland, no estado de Oregon, para Ontário, na Califórnia, nesta sexta-feira, quando cerca de 20 minutos de viagem, a tripulação relatou um problema de pressurização. Parte da fuselagem (estrutura que abriga a cabine de passageiros) no meio da aeronave explodiu, abrindo um buraco semelhante à abertura de uma porta, tudo a uma altitude de cerca de 16.000 pés (ou 4,8 mil metros).
O piloto precisou fazer um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Portland.
O que diz a Boeing
A Boeing disse que está coletando mais informações com a companhia aérea, e que uma equipe técnica está pronta para apoiar a investigação. A Agência para a Segurança da Aviação da União Europeia informou que está verificando se será necessário exigir alguma coisa.
Já a agência reguladora de aviação da China realiza uma reunião de emergência para considerar uma resposta ao incidente, incluindo um possível encalhe da frota de Boeing Max no país, segundo duas pessoas familiarizadas com a situação, que pediram para não serem identificadas.
O modelo do incidente da Alaska não é operado por transportadoras chinesas. O país asiático foi o primeiro país a suspender o 737 Max após os dois acidentes há vários anos.