STF: Barroso afirma que denúncia contra Bolsonaro será analisada com seriedade (Nelson Jr./SCO/STF/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 16h32.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2025 às 16h35.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira, 17, que qualquer eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será analisada pela Corte com "seriedade" e sem "visão politizada". O ministro falou com jornalistas após uma palestra em São Paulo.
“Se o procurador-geral da República vier a oferecer denúncia contra quem quer que seja, o Supremo vai apreciá-la como deve apreciar tudo na vida, com seriedade, examinando as provas. O processo penal, sobretudo, é prova. Se tem prova, você decide num sentido, se não tem prova, você decide num outro”, afirmou o presidente do STF.
Uma denúncia da PGR contra Bolsonaro vem sendo aguardada no mundo político e jurídico, e há a expectativa de que Paulo Gonet ofereça a acusação ainda nesta semana. Uma vez oferecida ao Supremo, caberá à Corte analisar a denúncia e decidir se torna ou não o ex-presidente réu.
“A minha visão do direito em geral não é uma visão politizada, é uma visão fundada na integridade, no que é certo, justo e legítimo. É isso que eu acho que o Tribunal deve fazer”, disse Barroso, ainda em resposta aos questionamentos feitos por jornalistas.
Em novembro de 2024, Bolsonaro e outras 39 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal (PF). As investigações apontaram para o envolvimento do ex-presidente em uma trama golpista após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Além de Bolsonaro e Walter Braga Netto, foram indiciados:
Caso Gonet opte por denunciar Bolsonaro e seus aliados, o caso será remetido ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo. Depois, a denúncia será apreciada pela Primeira Turma do STF.
No relatório de 884 páginas encaminhado ao STF no final de 2024, a PF afirma que Bolsonaro "planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva" em um plano de golpe de Estado para se manter no poder no fim de 2022.
Segundo a PF, os "atos executórios" realizados por um grupo "liderado" por Bolsonaro tinham o objetivo de abolir o Estado democrático de direito — “fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à vontade de Bolsonaro”.
Desde que foi indiciado, o ex-presidente tem negado envolvimento em qualquer discussão sobre tentativa de golpe no fim de seu governo.