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Avaliação positiva de Lula cai para 26,8%, menor patamar em 800 dias de governo, diz pesquisa Futura

A desaprovação do trabalho do petista subiu 9 pontos percentuais e chegou a 52,6%

Lula: avaliação do presidente atinge pior patamar (Ricardo Stuckert / PR)

Lula: avaliação do presidente atinge pior patamar (Ricardo Stuckert / PR)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 26 de março de 2025 às 17h00.

Última atualização em 26 de março de 2025 às 17h14.

O percentual de eleitores que avaliam o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ótimo ou bom é de 26,8%, enquanto os que consideram ruim ou péssimo é de 52,6%, aponta a pesquisa do instituto Futura Inteligência divulgada nesta quarta-feira, 26.

O levantamento mostra ainda que 20,2% consideram o trabalho regular, e 0,4% não sabe ou não respondeu sobre o governo do petista.

Essa é a quarta vez que a avaliação negativa fica numericamente acima da positiva na série histórica da pesquisa, que conta com oito rodadas. A pesquisa também mostra dois dados negativos para Lula: a avaliação negativa superou a marca de 50%, enquanto a positiva ficou abaixo de 30% pela primeira vez.

Na comparação com a última pesquisa Futura, divulgada em dezembro, a avaliação negativa subiu em 9,4 pontos percentuais, de 43,2% para 52,6%, enquanto a positiva caiu em 5,6 pontos percentuais, de 32,4% para 26,8%.

Nos recortes demográficos, Lula é melhor avaliado entre mulheres, pessoas acima de 45 anos, com ensino fundamental completo, renda de até um salário mínimo, católicas e do Nordeste.

Por outro lado, a maioria que possui opinião negativa em relação ao presidente são homens, entre 35 e 59 anos, com ensino médio e superior completo, renda acima de um salário mínimo, evangélicos, do Sul e Sudeste.

O instituto verificou que a insatisfação com o governo cresceu entre os grupos que historicamente aprovam o governo, como mulheres e moradores da Região Nordeste.

A pesquisa Futura entrevistou 1.001 brasileiros adultos entre os dias 19 e 25 de março de 2025. A margem de erro do levantamento é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos.

A alta da desaprovação do trabalho de Lula acompanha a avaliação da população sobre a economia e a alta dos preços. A maioria dos brasileiros considera a situação econômica de forma negativa.

No quesito criação de empregos, 42,8% dos entrevistados veem a situação de forma ruim ou péssima, enquanto apenas 27,5% avaliam positivamente. A situação econômica é ainda mais crítica, com 59,1% dos respondentes classificando-a como ruim ou péssima, e apenas 13,8% considerando-a boa ou ótima. Já o combate à alta dos preços, um dos maiores desafios do governo, é visto de forma negativa por 64,7% da população.

A pesquisa é mais uma que reforça a queda da popularidade de Lula em um momento de desaceleração da economia e aumento dos preços dos alimentos. Para responder a esses números, o governo tem apostado em medidas como a liberação do saldo retido do FGTS, o novo consignado para trabalhadores CLT e mudanças no Minha Casa, Minha Vida.

Avaliação dos serviços públicos

Os dados da pesquisa indicam uma avaliação majoritariamente negativa em relação aos setores mais importantes para a população. No caso da saúde pública, apenas 16,6% dos entrevistados consideram o serviço como ótimo ou bom, enquanto a maioria (50,6%) classifica como regular ou ruim. A segurança pública também apresenta números negativos. Cerca de 52,4% das pessoas avaliam como regular, ruim ou péssima, e apenas 18,1% a consideram positiva.

A educação pública segue o mesmo padrão, com 22,9% de avaliações positivas e 36,6% de negativas, refletindo as dificuldades em oferecer um ensino de qualidade em diversas regiões. A infraestrutura, embora também desaprovada por 43,3%, apresenta um cenário um pouco menos crítico, com 15,9% de avaliações boas ou ótimas. A pesquisa revela que, embora algumas áreas tenham sido destacadas como prioridades para o presidente, a avaliação de sua atuação nestes setores ainda enfrenta grandes desafios.

Saúde é vista como maior prioridade para Lula, segundo pesquisa

Pesquisa aponta que 32,7% da população considera a saúde como a principal área a ser priorizada pelo presidente. Em um contexto onde a pandemia de covid-19 ainda ecoa, o tema segue como uma das maiores preocupações da população. Na sequência, com 16,9% cada uma, aparecem as áreas de educação e inflação, que, embora compartilhem a mesma porcentagem, indicam uma forte demanda por melhorias no sistema educacional e o controle da alta nos preços.

O desemprego, com 13,4%, também se mantém como uma questão relevante, enquanto questões de segurança, com 8,1%, e agricultura, com 6,9%, ficam em segundo plano na percepção popular. A pesquisa ainda revelou que temas como rodovias e infraestrutura são apontados por uma minoria, com 1,4% e 1,1%, respectivamente.

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