Brasil

Associação do RS recomenda retirada de leite adulterado

Foi a quarta fraude descoberta pelas promotorias criminal e de defesa do consumidor desde maio do ano passado


	Leite: presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antônio Cesa Longo, disse que a orientação buscou garantir segurança aos consumidores
 (SXC.Hu)

Leite: presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antônio Cesa Longo, disse que a orientação buscou garantir segurança aos consumidores (SXC.Hu)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 18h38.

Porto Alegre - A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) pediu que seus associados suspendam a comercialização do leite UHT Líder e Parmalat, nesta quinta-feira, 20.

Alguns lotes das duas marcas ficaram sob suspeita de adulteração desde sexta-feira, 14, quando o Ministério Público do Rio Grande do Sul revelou mais um esquema de adição de água e ureia ao leite nas etapas de transporte e resfriamento. Foi a quarta fraude descoberta pelas promotorias criminal e de defesa do consumidor desde maio do ano passado.

O presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, disse que a orientação buscou garantir segurança aos consumidores.

"Aguardaremos o andamento das investigações e, enquanto houver dúvidas sobre quais são os lotes adulterados, recomendamos que os supermercados retirem essas marcas das gôndolas e cessem sua comercialização", reiterou.

Segundo a Agas, os consumidores não enfrentarão dificuldades para se abastecer porque as duas marcas, juntas, representam apenas 3% das vendas de leite no Estado.

A rede de supermercados Walmart, que já havia retirado o leite UHT das duas marcas de suas lojas de São Paulo e do Paraná, estendeu a decisão para o Rio Grande do Sul e recolheu o produto de suas lojas no Estado.

O leite colocado sob suspeita foi recolhido em municípios do noroeste do Rio Grande do Sul em fevereiro e entregue à unidade da LBR Lácteos de Tapejara no início de fevereiro.

A fiscalização do Ministério da Agricultura (Mapa) detectou adulterações e descobriu que 299 mil litros foram enviadas para processamento nas unidades da empresa em Lobato (PR) e Guaratinguetá (SP).


Com base nas informações do Mapa, o Ministério Público do Rio Grande do Sul entrou na investigação, obteve mandado de prisão preventiva contra o dono de um posto de resfriamento e apreendeu equipamentos e documentos em propriedades rurais, cooperativas e empresas de oito municípios gaúchos e vai oferecer denúncia contra os envolvidos por adulteração de produtos alimentícios.

A fraude consiste na adição, ao leite, de água, para aumentar o volume, e ureia, produto que contém formol, considerado cancerígeno, para compensar a perda nutricional e driblar as análises mais simples. Fontes ligadas à investigação admitem que a presença da substância proibida, significativa na primeira etapa do transporte, pode acabar muito reduzida nas fases seguintes, quando o leite contaminado é misturado a outras cargas, puras, nos postos de resfriamento, e na indústria.

A LBR, que estava pressionada pelo Ministério Público e pelo Mapa a expor quais os lotes foram processados com leite das cargas colocadas sob suspeita em Tapejara, emitiu novo comunicado nesta quinta-feira, 20, em seu site, reiterando, como na sexta-feira passada, que submeteu todas as cargas a análises e que todos os resultados foram negativos para a presença de formol.

Mas atendeu à exigência do Mapa e informou a numeração de 23 lotes da marca Parmalat, distribuídos em São Paulo, e 8 da marca Líder, distribuídos no Paraná.

Os lotes foram embalados nos dias 13 e 14 de fevereiro. A empresa disponibilizou o telefone 0800 011 2222 para consumidores esclarecerem dúvidas ou solicitarem a troca do produto.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas italianasFraudesLaepMinistério PúblicoParmalat

Mais de Brasil

CCJ da Câmara aprova projeto que dá autonomia para estados aumentarem penas de crimes

Quanto custa uma multa por jogar bituca de cigarro da janela do carro?

MDB declara apoio à candidatura de Davi Alcolumbre à presidência do Senado

Sites como Shein e AliExpress preveem impostos de 60% com nova taxação; entenda