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Arthur Lira pede publicamente renúncia do presidente da Petrobras

O atual presidente da Petrobras, Ferreira Coelho, foi demitido em maio por Bolsonaro após pouco mais de um mês no cargo, mas a troca aguarda um rito no conselho de administração

Lira: "presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente" (Bloomberg/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2022 às 11h41.

Última atualização em 17 de junho de 2022 às 11h56.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), usou seu perfil no Twitter na manhã desta sexta-feira, 17, para pedir publicamente a renúncia do presidente da Petrobras ,José Mauro Ferreira Coelho.

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Ferreira Coelho foi demitido em maio por Bolsonaro após pouco mais de um mês no cargo, mas a troca ainda aguarda um rito no conselho de administração.

"O presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente. Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa - o Brasil - e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país", disse Lira no Twitter.

Para o lugar de Ferreira Coelho, Bolsonaroindicou como novo presidente da estatal Caio Mario Paes de Andrade, que é da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.

A declaração vem horas após a Petrobras anunciar que subirá a partir deste sábado, 18, os preços de gasolina e diesel em suas refinarias.

A gasolina subirá 5,2% e o diesel, 14,2%. A última alta da gasolina havia ocorrido há mais de três meses, em março, e a do diesel, há pouco mais de um mês, em 10 de maio.

Os preços estavam defasados em relação ao mercado internacional, sem seguir a política de paridade de importação (PPI) que vigora desde 2016. Na abertura do mercado desta quinta-feira, o diesel estava defasado em 21%, e a gasolina, em 13%, segundo medição da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis.

O governo tem pressionado nos últimos dias o conselho da Petrobras, que se reuniu extraordinariamente na quinta-feira, 16, a efetuar a troca na diretoria.

A expectativa do governo Bolsonaro é que a nova diretoria escolhida pela União, que é acionista majoritária, passe a mudar os preços com menos frequência.

A forma mais rápida de trocar o comando seria se Ferreira Coelho renunciasse. Sem isso, é preciso cumprir um rito de substituição da diretoria, a contragosto do governo.

No cabo de guerra entre o governo e a Petrobras, sobretudo o diesel é um ponto sensível. O Brasil importa 30% do que consome, e a Petrobras alertou nesta semana o governo de que a defasagem nos preços pode fazer faltar combustível no segundo semestre.

Após o aumento, o presidente Jair Bolsonaro também usou o Twitter para criticar a medida, afirmando que a Petrobras pode "mergulhar o Brasil num caos". "Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018", escreveu.

Em sua live semanal nas redes sociais na quinta-feira, Bolsonaro já havia dito que um aumento da Petrobras, se confirmado, seria visto como um ataque direto a seu governo.

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