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Após acidente de Lula, chanceler Mauro Vieira chefiará delegação brasileira na Cúpula do Brics

Ministro conversou com presidente neste domingo no Palácio da Alvorada

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, à esquerda, com o presidente Lula, à direita (Ricardo Stuckert/Agência Brasil)

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, à esquerda, com o presidente Lula, à direita (Ricardo Stuckert/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 20 de outubro de 2024 às 16h46.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, irá comandar a delegação brasileira que participará da Cúpula do Brics na Rússia, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofrer um acidente doméstico no sábado. O grupo embarca na noite deste domingo para Kazan para participar do evento que ocorre de 22 a 24 de outubro.

Vieira foi até o Palácio da Alvorada neste domingo conversar com Lula sobre o novo formato da participação do Brasil na cúpula. De acordo com o Palácio do Planalto, Lula irá participar da Cúpula dos Brics por meio de videoconferência.

Além de Vieira, Lula está conversando neste domingo com ministros que iriam acompanhá-lo na Cúpula do Brics para reajustar sua participação, entre eles Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário). Silveira também não irá mais a cúpula.

Lula sofreu uma queda no banheiro do Palácio do Alvorada neste sábado. De acordo com relatos, ele estava sentado em um banco que escorregou. Em seguida, Lula caiu e bateu a cabeça, machucando a parte de trás da cabeça, onde precisou levar cinco pontos e, por recomendação médica, não irá mais a Rússia.

Cúpula do Bris

A Cúpula do Brics, inicialmente formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, inclui também, desde o ano passado, Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia.

Com o ingresso de nações com regimes antidemocráticos, e mais de 30 outros candidatos a fazer parte do clube, como Venezuela e Nicarágua, Lula iria aproveitar a viagem para recorrer ao pragmatismo e levar na mala a defesa de dois pontos considerados prioritários em sua política externa.

São eles a reforma da governança global, com destaque para o Conselho de Segurança da ONU, e a busca de formas de os países do bloco dependerem menos do dólar nas transações comerciais e de organismos multilaterais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

O Brasil assumirá a presidência do Brics em janeiro de 2025, mas concentrará suas atividades no bloco no primeiro semestre. Na última parte do ano, o foco será a COP 30, conferência mundial sobre o clima, sediada em Belém (PA).

Agora por videoconferência, a ideia é que Lula possa argumentar que haverá resultados concretos, como aconteceu em 2014, na cúpula realizada em Fortaleza (CE), com a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, sigla em inglês), ou Banco do Brics.

A instituição, até hoje, já emprestou mais de US$ 32 bilhões (18% ao Brasil), sobretudo em infraestrutura, com uma forte pegada de sustentabilidade e "funding" formado basicamente no mercado de capitais, principalmente o chinês.

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