Brasil

Anielle se manifesta sobre demissão de Silvio Almeida: 'Não é aceitável diminuir a violência'

Caso veio a público após a organização Me Too Brasil confirmar que tinha relatos contra o ex-chefe da pasta de Direitos Humanos

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial (Ministério da Igualdade Racial/Luna Costa/Divulgação)

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial (Ministério da Igualdade Racial/Luna Costa/Divulgação)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 20h42.

Tudo sobreGoverno Lula
Saiba mais

Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitir Silvio Almeida (Direitos Humanos), acusado de assédio sexual, a colega Anielle Franco (Igualdade Racial) afirmou que "não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência".

Anielle relatou episódio de assédio praticado por Almeida a ministros nesta sexta-feira, antes da demissão do presidente. O caso veio a público após a organização Me Too Brasil confirmar que tinha relatos contra o ex-chefe da pasta de Direitos Humanos.

Em nota divulgada nas redes sociais, Anielle pediu respeito à privacidade neste momento, mas ressaltou a "ação contundente" de Lula pelo desfecho rápido.

Silvio Almeida nega que tenha praticado qualquer assédio e recorreu à Justiça para que o assunto fosse investigado.

Leia a seguir a nota de Anielle:

"Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial.

Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual.

Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas.

Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi.

Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência.

Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.

Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo.

Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro pra todas as pessoas".

Acompanhe tudo sobre:Governo LulaLuiz Inácio Lula da SilvaAssédio moralAssédio sexualCrime

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP