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Ananias contradiz Katia Abreu e defende reforma agrária

O novo ministro do Desenvolvimento Agrário afirmou que "não basta derrubar as cercas do latifúndio no Brasil".


	Patrus Ananias: segundo ele, "ignorar a existência das desigualdades e da injustiça (no campo) é uma forma de perpetuá-las"
 (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Patrus Ananias: segundo ele, "ignorar a existência das desigualdades e da injustiça (no campo) é uma forma de perpetuá-las" (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2015 às 13h08.

Brasília - O novo ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT), contrariando declarações da nova ministra da Agricultura, Kátia Abreu, defendeu nesta terça-feira em Brasília, em seu discurso de posse, a ampliação da reforma agrária e disse que "não basta derrubar as cercas do latifúndio no Brasil".

"Não basta derrubar a cerca do latifúndio, é preciso derrubar as cercas que nos limitam a uma visão individualista e excludente do processo social", afirmou Patrus.

Em entrevista publicada ontem no jornal Folha de S.Paulo, Kátia Abreu (PMDB) sugeriu uma alteração do atual modelo de reforma agrária e disse que não existem mais latifúndios no Brasil, comentário que foi extremamente criticado por organizações sociais.

De acordo com dados oficiais, 1% dos grandes empresários do campo possui quase a metade das terras cultiváveis no país e, segundo organizações como o Movimento dos Sem-Terra-(MST), 90 mil camponeses permanecem acampados no país à espera de serem incluídos em planos de reforma agrária.

Os movimentos sociais calculam que, na realidade, o número de pessoas que poderia ser beneficiada pela reforma agrária chega a cerca de cinco milhões, a maioria imigrantes que foram para grandes cidades.

Em seu discurso, Patrus Ananias admitiu que a reforma agrária "é um tema que ainda desperta polêmicas e encontra resistências", mas afirmou que é um assunto que deve ser resolvido mediante o "diálogo" democrático e sob a ótica dos "direitos sociais".

Segundo Patrus, "ignorar a existência das desigualdades e da injustiça (no campo) é uma forma de perpetuá-las", e o governo tem o dever de "oferecer e garantir oportunidade de crescimento" aos trabalhadores sem terra, para "tornar concreto o conceito da função social da propriedade". 

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