Amigo de FHC, Xico Graziano deixa o PSDB e passa a apoiar Bolsonaro
Questionado se não é constrangedor apoiar um candidato que sugeriu "fuzilar" FHC quando ele era presidente, Graziano minimizou o episódio como uma bravata
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de outubro de 2018 às 17h40.
São Paulo - Um dos mais próximos amigos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que foi chefe de gabinete dele na Presidência da República, o engenheiro agrônomo Xico Graziano decidiu deixar o PSDB e apoiar Jair Bolsonaro (PSL) na corrida ao Palácio do Planalto nestas eleições.
"Venho tendo divergências com o PSDB desde o fim da eleição de 2014. Fui virando um patinho feio no partido. Achei um erro questionar a eleição daquele ano e depois tirar a Dilma sem tirar o Temer. Meu voto agora será anti-PT", afirmou Graziano.
Ex-deputado federal pelo PSDB, Graziano também foi secretário de Meio Ambiente de José Serra no governo paulista. Em 2014, foi um dos coordenadores da área digital da campanha de Aécio Neves.
Ele foi também um dos principais diretores do Instituto Fernando Henrique. "Mantenho a admiração e a amizade com o ex-presidente. Tenho relações pessoais com ele até hoje. Nos vemos toda semana", disse.
Questionado se não há constrangimento em apoiar um candidato que sugeriu "fuzilar" FHC quando ele era presidente, Graziano minimizou. "Eu estava lá (no governo) quando ele disse isso. Não é o caso de levar ao pé da letra. Conheço o Bolsonaro. Nunca tive nada contra ele do ponto de vista moral".
O ex-deputado, porém, evita falar sobre como o amigo recebeu a sua decisão e não se arrisca a dizer quem FHC vai apoiar no segundo turno, caso Geraldo Alckmin (PSDB) não chegue lá.