Alckmin: Aécio não tem nenhuma condenação; Lula tem duas condenações
Alckmin declarou que não é possível "se precipitar" sobre a situação de Neves ao ser perguntado se, em caso de condenação, senador seria afastado do partido
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de abril de 2018 às 17h49.
Após defender pela manhã que o senador Aécio Neves ( PSDB -MG) não seja candidato nas eleições de outubro, o ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin , evitou na tarde desta quarta-feira, 18, fazer uma defesa mais enfática à saída do mineiro do quadro eleitoral.
Em entrevista coletiva após evento com investidores promovido pelo Banco Santander, na capital paulista, Alckmin procurou dissociar a imagem de Aécio da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , preso em Curitiba.
"Ele Aécio tomou a iniciativa de se afastar da direção partidária e vai se dedicar à sua defesa", disse o ex-governador que preside o PSDB. "O Aécio não tem nenhuma condenação. O Lula tem duas condenações e é o imperador do PT. Nós somos bem diferentes", declarou o tucano.
Alckmin respondeu, no entanto, que não retirava sua declaração dada mais cedo à Rádio Bandeirantes, quando falou ser ideal que Aécio não seja candidato.
Como mostrou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a declaração de Alckmin havia causado desconforto entre aliados de Aécio no PSDB e ameaçava criar uma crise no partido.
Para Alckmin, Aécio tomou a "medida correta" ao se afastar da presidência do partido e agora deve "refletir" sobre seu futuro político. Ele voltou a dizer que a "a lei é para todos" e que toda decisão judicial deve ser respeitada, fazendo questão mais uma vez de se diferenciar do PT.
"Partido político é uma estrutura grande. O que nos difere do PT é que o PT desacredita das instituições e quer estabelecer o descrédito das instituições, especialmente do Judiciário."
O cenário negativo para Aécio em Minas Gerais, disse Alckmin, não deve prejudicar o desempenho do partido naquele Estado, segundo maior colégio eleitoral do Pais, onde o senador Antonio Anastasia é o pré-candidato tucano.
"Estou extremamente otimista acho que nós vamos ter um grande desempenho em Minas Gerais", declarou o presidenciável, classificando Anastasia como um "grande gestor" que poderia resolver o quadro fiscal do Estado.
Como presidente do PSDB, Alckmin declarou que não é possível "se precipitar" sobre a situação de Aécio Neves ao ser questionado se, em caso de condenação, o senador seria afastado do partido.
Perguntado se considerava correto o mineiro ter pedido R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS, o presidenciável respondeu: "evidente que não", mas ponderou que é preciso aguardar para que Aécio se explique.
Na entrevista, Alckmin declarou ainda que em todos os partidos políticos "alguém pode cometer um erro" e deve responder por isso. O tucano foi questionado sobre a situação do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo, que corre o risco de ser preso, e reiterou que é preciso respeitar a Justiça.
"Há uma denúncia, o que se faz em um regime democrático? Se investiga, inocenta quem tem que ser inocentado e pune quem tem que ser punido", comentou.