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'Ainda Estou Aqui': Lula liga para Walter Salles para parabenizá-lo pelo Oscar; veja mensagem

Nas redes sociais, Presidente manifestou seu apoio ao diretor e incentivou ainda mais a indústria cinematográfica brasileira

Walter Salles: diretor mais indicado ao Oscar do Brasil (Gavin Bond / Colaborador/Getty Images)

Walter Salles: diretor mais indicado ao Oscar do Brasil (Gavin Bond / Colaborador/Getty Images)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 5 de março de 2025 às 12h23.

Última atualização em 5 de março de 2025 às 14h03.

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A noite do último domingo, 2, foi especial para o Brasil: "Ainda Estou Aqui", produção de Walter Salles, foi vencedora do Oscar de Melhor Filme Internacional, a primeira estatueta do país em quase um século de premiação. Nesta quarta-feira, 5, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou o diretor pela conquista histórica.

"A gente não tem muito o que falar quando a gente percebe que o brasileiro é capaz de se superar numa arte que até então parecia que só americano ganhava. Eu quero te dizer que foi uma noite de ouro, acho que você já fez outras coisas muito importantes, mas dessa vez você conseguiu lavar a alma do povo brasileiro", disse o Presidente a Salles. A primeira dama, Janja, também parabenizou o cineasta.

Nas redes sociais, Lula manifestou seu apoio ao diretor e incentivou ainda mais a indústria cinematográfica brasileira.

“Hoje é o dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. Orgulho do nosso cinema, dos nossos artistas e, principalmente, orgulho da nossa democracia. Eu e Janja estamos muito felizes assistindo tudo ao vivo”, escreveu o presidente no Instagram. “O Oscar de Melhor Filme Internacional para ‘Ainda Estou Aqui’ é o reconhecimento do trabalho de Walter Salles e toda equipe, de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, Selton Mello, do Marcelo Rubens Paiva e família e todos os envolvidos nessa extraordinária obra que mostrou ao Brasil e ao mundo a importância da luta contra o autoritarismo. Parabéns! Viva o cinema brasileiro, viva ‘Ainda Estou Aqui’”, prosseguiu.

Além da publicação nas redes sociais, o presidente ligou para o cineasta para comemorar a vitória do Brasil. "Walter, Fernandas, Selton e toda equipe, com sensibilidade e profissionalismo, fizeram com que todos nós sentíssemos orgulho do nosso cinema e da nossa cultura, e compreendêssemos a importância da preservação da memória e da história do nosso país", publicou Lula no X (antigo Twitter).

No coração do Brasil

Desde “Central do Brasil”, também de Walter Salles, o Brasil não era indicado ao Oscar de Melhor Atriz. Naquele ano (1999), Fernanda Montenegro estava na disputa, mas perdeu a estatueta para Gwyneth Paltrow, por "Shakespeare Apaixonado" (1998). É um tanto quanto significativo, então, que sua filha, Fernanda Torres, traga junto ao elenco o primeiro prêmio do Brasil para casa.

O filme, cujo símbolo é o rosto de Torres e a história de Eunice Paiva, balançou a indústria de cinema no Brasil como não acontecia em muitos anos. Levou sozinho mais de 5,5 milhões de pessoas aos cinemas, arrecadou mais de R$ 120 milhões, a quinta maior bilheteria de um filme nacional na história do país. E fez com que o brasileiro não só entrasse em "clima de Copa do Mundo", como também assistisse a outras produções nacionais.

Em 2024, no Brasil, o cinema arrecadou R$ 2,5 bilhões em bilheteria, faturamento gerado por quase 122 milhões de pessoas — 11 milhões delas, por exemplo, pagaram ingresso para assistir a filmes internacionais, número quase quatro vezes maior do que o registrado em 2023.

Fernanda relatou em diversas entrevistas que não esperava levar o prêmio. À EXAME, na época em que "Ainda Estou Aqui" foi lançado no Brasil, ela mal acreditava que seria indicada: "É um ano difícil para o prêmio de Melhor Atriz, porque tem muitas performances extraordinárias. Acho que o filme tem mais chances do que eu", comentou em entrevista exclusiva.

Maratona do Oscar

A corrida ao maior prêmio do cinema começou em setembro, quando "Ainda Estou Aqui" foi exibido no Festival de Veneza e aplaudido por 14 minutos. Na ocasião, recebeu o prêmio de Melhor Roteiro e, desde então, estreou em mais de 50 festivais internacionais de cinema do mundo. Fernanda Torres, Walter Salles e Selton Mello participaram das estreias de diversos países europeus e cidades norte-americanas, festas e uma longa temporada em Los Angeles para divulgação do filme.

"A questão do Oscar é fazer o filme ser visto e votado. E o nosso filme é pequeno se comparado com os outros, além de ser falado em português", comentou Fernanda à EXAME na época em que "Ainda Estou Aqui" estreou nos cinemas brasileiros. Mas deu certo: o Brasil levou para casa um Oscar pela primeira vez — e isso abre muita margem para que a indústria cinematográfica cresca exponencialmente nos próximos anos.

"Ainda Estou Aqui" é uma coprodução entre Brasil e França, o primeiro original da Globoplay, com produção da VideoFilmes, RTFeatures e MactProdutions em parceria com a ARTE France e Conspiração. A distribuição será feita também pela Sony Pictures. O filme segue em cartaz nos cinemas e será anunciado, em breve, no streaming da Globoplay.

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