EXAME Agro

Sabor amargo: Depois da alta do café, agora o açúcar deve ficar mais caro. Veja por quê

Produção atual da Índia, 2º maior produtor mundial, pode cair para 26 milhões de toneladas, após doenças terem afetado a colheita. Isso é cerca de 1 milhão de toneladas a menos do que as estimativas

Produção menor na Índia e na Tailândia pressiona oferta global e impulsiona preços do açúcar branco (Chokja/Thinkstock)

Produção menor na Índia e na Tailândia pressiona oferta global e impulsiona preços do açúcar branco (Chokja/Thinkstock)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 19h54.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2025 às 19h58.

Tudo sobreacucar
Saiba mais

A expectativa é que o mercado de açúcar fique mais apertado, uma vez que a produção decepcionante da Índia, o segundo maior produtor mundial, ameaça elevar os preços para fornecimentos imediatos.

A produção do país na temporada atual pode cair para 26 milhões de toneladas, após doenças terem afetado a colheita de cana na principal região produtora, Uttar Pradesh, de acordo com Ravi Gupta, diretor executivo da produtora Shree Renuka Sugars, durante a Dubai Sugar Conference na semana passada.

Isso representa cerca de 1 milhão de toneladas a menos do que as estimativas da maioria da indústria levantadas no evento.

Os preços do café robusta iniciaram 2025 da mesma forma que terminaram 2024: em alta e em patamares recordes. O principal fator da valorização da commodity está ligado a dificuldades na produção cafeicultora do Vietnã, o segundo maior produtor do mundo, atrás do Brasil.

Embora se espere que a produção de açúcar se recupere na próxima temporada, a partir de outubro, levando o mundo a um superávit, os fornecimentos podem continuar apertados no curto prazo. Isso ocorre porque a produção em outro grande produtor, a Tailândia, também está prevista para ser menor nesta temporada. Esse cenário ajudou a impulsionar os futuros do açúcar branco em mais de 8% até agora neste mês.

Oferta restrita pode elevar prêmios do açúcar branco

“Vejo uma forte demanda por açúcar branco e menor oferta da UE e da Tailândia”, disse Gupta. “Estamos vendo a possibilidade de uma colheita muito baixa no Paquistão, que parece precisar de açúcar branco para atender à demanda.”

A oferta restrita de açúcar refinado deve aumentar o prêmio do açúcar branco sobre o açúcar bruto, após um período de preços baixos, acrescentou Gupta.

Em janeiro, o governo indiano permitiu que os moinhos enviassem até 1 milhão de toneladas nesta temporada, flexibilizando as restrições que limitaram as exportações por mais de um ano. No entanto, o ritmo das vendas internacionais tem sido lento, já que os usineiros antecipam preços mais altos no mercado global.

Os preços mundiais do açúcar precisam se manter acima de US$ 530 por tonelada (R$ 3.028) para incentivar as exportações, segundo Gupta. “Para que as exportações de 1 milhão de toneladas aconteçam, o mercado mundial precisa subir para precificar o açúcar indiano.”

Nesta segunda-feira, os preços do açúcar branco subiram 1,5%, para US$ 545,40 por tonelada em Londres. Os mercados de Nova York fecharam devido ao feriado público nos EUA. Já os futuros do café robusta registraram alta de 0,3%.

Acompanhe tudo sobre:acucarCana de açúcarÍndia

Mais de EXAME Agro

Preços dos ovos disparam no Brasil — e devem cair a partir do fim de abril

Preços do leite e da carne suína caem em janeiro e inflação nos supermercados de SP recua para 5,78%

Ovo passará a ter carimbo obrigatório da data de validade na casca a partir de março

Sem tarifa, etanol dos EUA pode avançar no Nordeste e pressionar preços no Brasil, diz estudo