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Plano Safra 24/25: após adiamento, Mapa confirma lançamento para a próxima quarta-feira

Setor produtivo pleiteia um aporte entre R$ 500 e 570 bilhões

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 26 de junho de 2024 às 14h40.

Última atualização em 26 de junho de 2024 às 14h41.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quarta-feira, 26, o lançamento do Plano Safra 2024/25 para a próxima quarta-feira, 3, às 15h, no Palácio do Planalto. Na terça-feira, 25, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, comunicou que o anúncio da política agrícola foi remanejado para a próxima semana para que haja uma preparação por parte do governo. "Não dá para preparar uma entrega como a gente vai fazer, uma entrega bonita para vocês tirarem fotos maravilhosas. Não dá para preparar de hoje para amanhã”, disse o ministro.

Inicialmente, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, havia confirmado a data para hoje. Entretanto, integrantes do governo não chegaram a um consenso sobre o montante a ser disponibilizado. O setor produtivo pleiteia um aporte entre R$ 500 e 570 bilhões, mas a equipe econômica ainda não definiu o valor exato. Questionado por jornalistas sobre possíveis divergências no governo quanto à quantia que será destinada ao agronegócio e à agricultura familiar, Teixeira evitou comentar diretamente o assunto.

Lançamento Plano Safra 24/25

Para Ivan Wedekin, ex-secretário de Política Agrícola do governo Luiz Inácio Lula da Silva, no início dos anos 2000, o Plano Safra 2024/25 deveria ter sido lançado em maio, o que proporcionaria um mês de preparação operacional, incluindo a emissão de portarias pelo Tesouro e instruções para os bancos.

"O produtor rural mantém seus negócios de forma contínua, ano após ano, safra após safra. Ele já tem o planejamento da necessidade de crédito definido. Esse atraso afeta a contratação de recursos das linhas de crédito rural equalizáveis e também atrasa a contratação de investimentos via BNDES, que são repasses equalizáveis pelo Tesouro Nacional", afirmou Wedekin.

O principal objetivo do Plano Safra é garantir o financiamento necessário para que os produtores possam investir em tecnologias, insumos, e infraestrutura, aumentando a produtividade e a competitividade da agricultura brasileira.

A parte subsidiada do Plano Safra é constituída pelos recursos disponibilizados diretamente pelo governo. Esse subsídio pode ser concedido de várias maneiras, como na equalização de juros, onde o governo cobre parte dos custos dos juros dos empréstimos concedidos aos agricultores, diminuindo assim a taxa de juro que eles precisam pagar.

No ano passado, o governo destinou R$ 8,5 bilhões em subsídios para a produção de pequenos agricultores e R$ 5,1 bilhões para a equalização de juros no setor empresarial, somando um total de R$ 13,6 bilhões.

Por outro lado, o ex-secretário afirma que, mesmo com o adiamento, o impacto pode ser menor do que alguns agentes econômicos preveem.. "Trata-se de uma falha estrutural o Plano Safra não ser lançado de maneira tempestiva, o que interrompe o fluxo dessas operações de crédito. No entanto, não se trata de uma grande tragédia", diz Wedekin.

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