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Precisão na agricultura: software da Bayer ajuda agricultores na tomada de decisões entre as safras (Bayer/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 24 de novembro de 2024 às 05h26.
Por Alexandre Benedetti*
Nos últimos anos, o setor do agronegócio brasileiro tem experimentado um crescimento significativo, impulsionado por uma série de fatores que incluem o aumento da produção das commodities agrícolas e suas exportações, o aumento da adoção da tecnologia, bem como o surgimento de novos players em todas as etapas da cadeia.
Esse cenário apresenta novas oportunidades e desafios, tanto para as empresas quanto para os profissionais que atuam nesse segmento. O agronegócio brasileiro continua a ser um dos principais motores da economia nacional, com exportações que alcançaram números recordes a cada ano.
Produtos como soja, milho, açúcar, algodão, café, dentre outros, continuam a liderar as vendas internacionais, consolidando o Brasil como um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo. Esse crescimento não apenas fortalece a balança comercial, mas também impulsiona a expansão das áreas cultiváveis e a adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis.
Diante desse cenário, as empresas de insumos agrícolas estão revendo suas estratégias comerciais para acompanhar o ritmo acelerado do setor.
A inovação tecnológica e o foco em sustentabilidade tornaram-se palavras de ordem, enquanto empresas nacionais e multinacionais têm investido em soluções digitais, como plataformas de monitoramento de lavouras e uso de big data, para oferecer produtos e serviços mais personalizados e eficientes aos produtores rurais.
Além disso, há uma crescente demanda por insumos biológicos e tecnologias que promovam a agricultura regenerativa, visando não apenas aumentar a produtividade, mas também preservar o meio ambiente. Esse movimento reflete uma mudança de paradigma no setor, que agora busca integrar a rentabilidade com a responsabilidade socioambiental.
Com o mercado agrícola se tornando cada vez mais complexo e tecnológico, a formação de engenheiros agrônomos também tem passado por transformações. As universidades estão revisando seus currículos para incluir disciplinas que abordem o uso de tecnologias digitais, gestão de grandes propriedades e práticas agrícolas sustentáveis.
Conforme os dados do e-MEC, de 2023, existem 405 cursos de Agronomia presenciais com 37.822 vagas em faculdades brasileiras. Além disso, um levantamento realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), em 2020, aponta 109 mil pessoas formadas em engenharia agronômica, sendo 88.594 homens e 20.348 mulheres.
Profissionais de engenharia agronômica do futuro precisarão combinar conhecimentos tradicionais de manejo e cultivo com habilidades em análise de dados, gestão de projetos e até mesmo conhecimentos básicos de programação.
A demanda por talentos capazes de atuar como consultores especializados em práticas sustentáveis e no uso eficiente de recursos tem crescido, destacando a importância de uma formação multidisciplinar e desenvolvimento de habilidades, como: comunicação eficaz, adaptabilidade e flexibilidade, capacidade de resolução de problemas e pensamento crítico.
O crescimento do setor agrícola, aliado à modernização das estratégias comerciais e ao aumento das exportações, gera um ambiente de inovação e competitividade que requer profissionais cada vez mais qualificados e adaptáveis.
As empresas do setor e todas aquelas que fazem parte da cadeia, por sua vez, precisam estar atentas a essas mudanças para oferecer produtos e serviços que atendam às novas exigências do mercado e, ao mesmo tempo, contribuam para o desenvolvimento do setor.
O desafio é integrar esses avanços de maneira coesa, garantindo que o agronegócio brasileiro continue a crescer de forma sustentável e eficiente, fortalecendo a posição do país como líder global na produção de alimentos.
Para isso, o papel de engenheiros agrônomos será fundamental, atuando como ponte entre a inovação tecnológica e as práticas agrícolas tradicionais.
O futuro do agronegócio brasileiro, portanto, dependerá não apenas de estratégias comerciais inovadoras e políticas públicas de apoio, mas também da formação de profissionais capacitados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades desse setor em constante transformação.
*Alexandre Benedetti é diretor geral da Talenses e cofundador do Talenses Group