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Carga crescente de grãos incentiva investimentos em ferrovia, diz ministro

Em entrevista à EXAME, Renan Filho, do Ministério dos Transportes, quer aumentar a representividade da malha ferroviária no país de 17% para 40% até 2035

Em entrevista à EXAME nesta segunda-feira, 10, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que é preciso "enfrentar a agenda" das ferrovias (Leandro Fonseca/Exame)

Em entrevista à EXAME nesta segunda-feira, 10, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que é preciso "enfrentar a agenda" das ferrovias (Leandro Fonseca/Exame)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 10 de julho de 2023 às 12h12.

Última atualização em 10 de julho de 2023 às 14h44.

O aumento da produtividade de grãos no Brasil está estimulando o governo federal a repensar o planejamento e a execução de novas ferrovias. Em entrevista à EXAME nesta segunda-feira, 10, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que é preciso "enfrentar essa agenda" sobre a ampliação da malha ferroviária para escoar melhor as commidities. 

"A gente, agora, tem uma carga grande e crescente de grãos, tendo um incentivo maior para ser mais eficiente nas ferrovias", disse. A produção de grãos no Brasil deverá bater novo recorde com 315,8 milhões de toneladas na safra 2022/2023, segundo a Companhia Nacional de Abastecimentos (Conab).

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Diante dos recordes anuais, a pasta pretende aumentar a representividade dos trens de carga em comparação aos outros modais, dos atuais 17% para 40% até 2035.

Renan Filho ainda afirmou que a ferrovia conhecida como Fico-Fiol, cujo obtivo é a integração entre o Leste e o Oeste do país, está sendo estudada para viabilização. Com isso, será possível ligar a Bahia, em regiões produtoras de grãos como Luís Eduardo Magalhães (LEM), ao Centro-Oeste. Na prática, a rota atenderia o Matopiba — acrônimo para Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — até o Mato Grosso.

Hidrovias e portos

O ministro dos Transportes também comentou sobre a relevância do Rio Madeira para o escoamento da soja a partir do Norte do país, ao banhar os estados do Amazonas e Rondônia.

Cenário diferente do Rio Tocantins, cujo desafio é a derrocagem do Pedral do Lourenço, ou seja, a necessidade de quebrar as pedras dentro do rio para possibilitar o trânsito das barcaças.

"É complexo do ponto de vista ambiental. Estamos falando com o Ibama, porque a gente entende que a hidrovia tem grandes ganhos, inclusive tirando caminhões das rodovias", afirmou Renan Filho. Com a obra, ele acredita que o Rio Tocantins possa se tornar uma das mais impotantes vias para fortalecer a integração de modais do Arco Norte.

O ministro ainda disse que a ampliação portuária do país caminha para que os portos do Arco Norte sejam mais responsáveis pela exportação de commodities e os portos de Santos e Paranaguá atuem com produtos de maior valor agregado.

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