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Apesar de riscos da guerra, exportadores de grãos estão mais confiantes com rotas no Mar Negro

Movimento fortalece a economia do país e reestabelece sua posição como um dos principais fornecedores de alimentos a nações que enfrentam a fome

Ucrânia: país do leste europeu enfrenta graves problemas econômicos por causa da guerra com a Rússia (CNA/Wenderson Araujo/Trilux/Agência Brasil)

Ucrânia: país do leste europeu enfrenta graves problemas econômicos por causa da guerra com a Rússia (CNA/Wenderson Araujo/Trilux/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 28 de novembro de 2023 às 13h15.

Um número crescente de navios tem se dirigido aos portos da Ucrânia no Mar Negro para carregar grãos, metais e outras cargas apesar da ameaça de ataques e minas explosivas da Rússia. Isso ocorre porque os exportadores têm se mostrado mais confiantes para utilizar o corredor humanitário implementado pelos ucranianos para facilitar as exportações.

O movimento fortalece a economia do país, dependente da agricultura, e traz de volta um fornecedor essencial de trigo, milho, cevada, óleo de girassol e outros alimentos para países que enfrentam a fome em partes da África, Oriente Médio e Ásia.

"Estamos vendo uma confiança renovada entre operadores comerciais ansiosos para transportar cargas de grãos ucranianos" disse o chefe de Operações da Vessel Protect, Munro Anderson, que avalia os riscos de guerra no mar e fornece seguros com respaldo da corretora Lloyd's.

Já Ihor Osmachko, diretor-geral do Grupo Agroprosperis, um dos maiores produtores e exportadores agrícolas da Ucrânia, disse que se sente "mais otimista do que há dois meses".

Desde o início das operações no corredor humanitário da Ucrânia no Mar Negro, em meados de setembro, a principal questão sobre a rota é relacionada à segurança. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que os aliados concordaram em fornecer navios para ajudar o país a proteger embarcações comerciais, mas que são necessários mais sistemas de defesa aérea. "A defesa aérea está em falta", disse a repórteres no sábado, em uma cúpula internacional de segurança alimentar em Kiev. "Mas o importante é que temos acordos, temos um sinal positivo e o corredor está operacional", acrescentou.

Embora um ataque com mísseis contra o porto de Odessa tenha atingido um navio comercial neste mês, seguradoras, corretores e bancos se uniram ao governo ucraniano para anunciar a cobertura para embarques de grãos no Mar Negro, o que tranquilizou os transportadores.

"A maneira como estão transportando agora é certamente muito mais cara e demorada", disse o analista sênior de pesquisa na empresa de dados e análises agrícolas Gro Intelligence, Kelly Goughary. "Mas eles estão conseguindo colocar o produto para fora, o que é melhor do que muitos antecipavam com o fim da iniciativa de grãos", afirmou.

Até o momento, a Ucrânia exportou mais de 5,6 milhões de toneladas de grãos e outros produtos pelo novo corredor, segundo informações da embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia, Bridget Brink.

Antes da guerra, esse número era quase o dobro por mês, disse o vice-ministro da Economia da Ucrânia, Taras Kachka. Com a rota, a Ucrânia espera exportar pelo menos 6 milhões de toneladas de grãos por mês, segundo o ministro da Agricultura da Ucrânia, Mykola Solskyi. Há muito trabalho a ser feito: o país exportou 4 3 milhões de toneladas de grãos em outubro por todas as rotas, afirmou o ministério.

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