Exame Logo

Açúcar atinge menor preço em quatro meses, mas mercado ainda prevê riscos

Produção em Brasil, Índia e Tailândia melhora expectativas de mercado, mas desafios permanecem

Produção global de açúcar apresenta desafios e oportunidades, com mercados ajustando expectativas. (Emiliano Capozoli/Exame)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 11h26.

Última atualização em 15 de janeiro de 2025 às 11h55.

Os contratos futuros de açúcar bruto caíram ao menor nível em quatro meses, refletindo uma perspectiva de oferta mais favorável dos principais produtores globais: Brasil, Índia e Tailândia.

O contrato de março, o mais negociado em Nova York, recuou 3,5%, fechando a 18,24 centavos de dólar por libra-peso, ampliando as perdas registradas na sessão anterior. As informações são da Bloomberg.

Veja também

Murilo Aguiar, analista da StoneX, destaca que omercado ajustou as expectativas de produção para a safra do Centro-Sul brasileiro, que está em fase final de colheita. "As estimativas estão mais próximas da realidade", afirmou Aguiar em relatório divulgado na segunda-feira, 13.

Os preços, que chegaram a 24 centavos por libra-peso no outono de 2024, foram pressionados anteriormente por temores relacionados à seca no Brasil. No entanto,as chuvas recentes aliviaram essas preocupações, ajudando a estabilizar as projeções. Adicionalmente, a oferta mais robusta de produtores do Hemisfério Norte também contribuiu para melhorar o panorama comercial.

A mudança nas perspectivas impactou a diferença entre os contratos futuros. O contrato de março agora apresenta um prêmio de 0,87 centavos em relação ao contrato de maio, o menor valor intradiário desde setembro.

Consumo estagnado e desafios futuros na oferta

Embora a oferta pareça mais estável, o consumo global de açúcar enfrenta dificuldades.O crescimento anual do consumo está estagnado ou até em retração em muitos países, segundo Claudiu Covrig, analista da Covrig Analytics. Fatores como mudanças no comportamento do consumidor e a implementação de impostos sobre produtos açucarados têm impactado negativamente a demanda.

Ainda assim, a oferta global continua exposta a riscos. Preços mais baixos poderiam levar usinas brasileiras a priorizarem a produção de etanol em detrimento do açúcar, alertou Covrig. Na Índia, condições climáticas adversas e doenças como a podridão vermelha também restringem a oferta, enquanto traders avaliam a viabilidade de exportações do país.

De acordo com analistas do Citi Research, o patamar atual de preços, entre 18 e 19 centavos por libra-peso, deve representar um piso para o mercado. Eles projetam um preço-alvo de curto prazo de 21 centavos, destacando queriscos de alta permanecem significativos, dada a possibilidade de que a produção global fique abaixo do esperado.

Mercado de cacau em alta

Enquanto isso, os contratos futuros de cacau em Nova York registraram alta de 3,3%, superando os US$ 11 mil (R$ 66 mil) por tonelada, antes de devolverem parte dos ganhos. A demanda resiliente, evidenciada pelas robustas vendas da Lindt & Sprüngli AG, sustentou o otimismo no mercado.

A gigante suíça do chocolate superou as expectativas de crescimento de vendas, impulsionando suas ações. Apesar do mercado de cacau permanecer volátil, a empresa afirmou estar bem posicionada para enfrentar desafios, prevendo novos aumentos de preços para compensar os altos custos do insumo.

Acompanhe tudo sobre:Cana de açúcaracucarBrasilÍndiaTailândia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de EXAME Agro

Mais na Exame