Tecnologia

Virgin Mobile quer ser 5ª maior operadora no país em 5 anos

A Virgin Mobile deverá começar suas operações em fevereiro de 2015, incialmente nas cidades maiores, mas expandindo para todo o território brasileiro


	Virgin Mobile: a companhia espera ter cerca de 200 funcionários no Brasil até 2015
 (Andy Shaw/Bloomberg)

Virgin Mobile: a companhia espera ter cerca de 200 funcionários no Brasil até 2015 (Andy Shaw/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 21h17.

São Paulo - A Virgin Mobile, que enfim conseguiu na quarta-feira, 28, a autorização da Anatel para atuar no Brasil como operadora móvel virtual (MVNO), deverá começar suas operações em fevereiro de 2015, incialmente nas cidades maiores, mas expandindo para todo o território brasileiro.

E os planos para o país não são modestos, já que, de acordo com o chairman e cofundador da companhia (e também presidente da Virgin Mobile Latin America), Philip Wallace, a ideia é virar a quinta maior operadora do mercado nacional até 2020.

"Em cinco anos, a meta de alcançar 3% (de market share) seria bom. Vamos ver como a gente se sai, talvez seja 2% ou 4%", afirma.

Isso significa que, considerando os números de abril, a companhia teria uma base entre 5 milhões a 11 milhões de acessos, aproximadamente.

Desses, a maioria deve ser de usuários entre 15 a 35 anos, o público alvo da MVNO em "quase todas as operações" no mundo.

"É uma companhia voltada para jovens, centrada em música, alegria; somos transgressores e desafiamos o status quo", define Wallace.

Para atrair esse tipo de consumidor, a operadora virtual deverá trazer ao Brasil a mesma estratégia empregada na Colômbia e no Chile, com acordos de acesso gratuito a serviços como Facebook e Twitter.

De acordo com o executivo, 35% da base nesses países é de heavy users de redes sociais e de mensagens over-the-top, como Skype e WhatsApp.

"Voz ainda é o principal condutor, mas vemos a lenta transição para o consumo de dados."

Internet móvel

A Virgin Mobile Brasil usará a rede da Telefônica/Vivo, com quem a empresa tem um contrato já assinado. Wallace garante que não haverá problema de sobrecarga na infraestrutura da companhia.

"Temos um acordo com eles no qual prevemos o que precisamos e eles vão lá e constroem. Se não, é basicamente violação de contrato", diz, ressaltando que, nos três países onde estabeleceu acordos com a companhia espanhola, houve boa resposta.

"Não queremos lançar o produto cedo demais, queremos testar bem nossa rede, não queremos ser uma companhia que presta serviços ruins".

Essa parceria com a Vivo deverá incluir também a tecnologia LTE "assim que a capacidade esteja disponível" e que os handsets compatíveis se popularizem, especialmente os aparelhos mais acessíveis.

O executivo observa que é importante ainda que o leilão da faixa de 700 MHz aconteça ainda este ano para poder ajudar nessa disponibilidade.

A estratégia é também focar em planos pré-pago e "controle", ou seja, pós-pago com preço fechado.

Wallace reconhece que é uma tendência na América do Sul, mas garante que a empresa é eficiente em conseguir bons resultados com esse tipo de base.

Tanto que um dos diferenciais da Virgin Mobile em outros países, o serviço de atendimento ao consumidor, é também formado por funcionários jovens, chamados internamente de "rockstars".

"Na Virgin, eles amam o trabalho, é divertido, fazemos deles o centro do negócio. Acreditamos que um bom atendimento faz os clientes ficarem felizes e ficam mais com a gente, falam mais e nos dão um feedback melhor."

Maior mercado

Philip Wallace deve voltar ao Brasil em julho, quando formará o time para iniciar os trabalhos de implantação da empresa, especialmente para equipamentos de rede e para estabelecer contratos de interconexão com as outras operadoras, uma das etapas que mais levará tempo, segundo ele.

A companhia espera ter cerca de 200 funcionários no Brasil até 2015, mas ainda não tem um nome escolhido para comandar a MVNO.

O executivo considera o cargo "crítico" para a região, e não é para menos.

A rodada de captação no valor de US$ 86 milhões, adicionada de uma linha de crédito de US$ 41,5 milhões, será destinada ao início das operações no México e no Brasil, sendo que cerca de 60% do total será para a unidade brasileira.

"Esperamos que aqui seja o nosso maior mercado", diz Wallace.

A expectativa é que o Brasil siga o exemplo do Chile e da Colômbia, onde a Virgin Mobile atingiu o ponto de equivalência (breakeven) em menos de dois anos.

"Foi isso que fez a nossa rodada de investimentos ter sido tão bem sucedida", diz.

E ele aproveita para alfinetar o bilionário Carlos Slim, o dono da América Móvil. "Vamos ser bons no México também, onde um cara só tem (o controle de todo) o mercado. Vai ser interessante, gostamos de oportunidades como essa, é uma boa maneira de nos destacar".

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