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Twitter abre todo o histórico de mensagens para a pesquisa acadêmica

A rede social quer facilitar o trabalho de pesquisadores que usam as mensagens do Twitter em estudos científicos

Twitter: acesso a dados para pesquisa acadêmica pode ajudar a entender a dinâmica das informações falsas na rede social (Jaap Arriens/NurPhoto/Getty Images)

Twitter: acesso a dados para pesquisa acadêmica pode ajudar a entender a dinâmica das informações falsas na rede social (Jaap Arriens/NurPhoto/Getty Images)

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Filipe Serrano

Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 16h02.

Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 16h26.

O Twitter quer facilitar o trabalho de pesquisadores que usam a rede social para fazer estudos acadêmicos sobre a opinião pública. Nesta terça-feira, a empresa anuncia que a partir de agora todo o histórico de mensagens publicadas pelos usuários poderá ser acessado, de graça, por pesquisadores de todo o mundo.

Antes, a ferramenta era limitada aos últimos sete dias, e somente 500.000 mensagens podiam ser extraídas por mês. O limite agora passa a ser de 10 milhões de mensagens, 20 vezes mais.

Outra novidade é que os pesquisadores também poderão usar novos filtros para selecionar as mensagens mais adequadas para seu estudo, incluindo a biografia dos usuários, a localização, o raio de distância do tuíte, entre outros.

Com 340 milhões de usuários no mundo, o Twitter é uma fonte de pesquisa para diversos estudos no mundo. Pesquisadores usam as mensagens publicadas na plataforma para analisar uma série de tendências no mundo desde o sentimento das pessoas sobre o aquecimento global até a disseminação de informações falsas sobre as vacinas ou a pandemia de covid-19.

Segundo executivos do Twitter, uma das reclamações mais frequentes dos cientistas é que as grandes bases de dados só estavam disponíveis nos serviços voltados para empresas. Além disso, o preço cobrado pelo Twitter era muito alto para o orçamento dos pesquisadores. A mudança anunciada nesta terça seria, portanto, uma forma de atender a essas demandas.

A novidade faz parte de uma grande atualização em suas APIs, que teve início em julho, e faz parte de uma série de mudanças para facilitar o trabalho de pesquisadores. As APIs são sistemas que permitem a aplicativos de terceiros acessarem dados de uma plataforma, como o Twitter ou o Facebook.

Mas a mudança também ocorre em um momento que as redes sociais têm sido pressionadas a combater o discurso de ódio e a disseminação de informações falsas em suas plataformas. Autoridades e especialistas dos Estados Unidos e da Europa têm cobrado empresas como o Twitter e o Facebook por sua responsabilidade em permitir que essas informações circulem e sejam reverberadas nas plataformas. Desde o ano passado, o Twitter passou a marcar tuítes de autoridades que contêm informações falsas. E recentemente a empresa decidiu banir o ex-presidente Donald Trump da plataforma por incitar a violência.

Estudos acadêmicos sobre a opinião pública podem ajudar a entender a dinâmica das mensagens falsas ou de discurso de ódio que circulam na plataforma, e buscar formas de combatê-las.

“Nunca houve um momento mais importante para ser transparente e responsável para compartilhar dados públicos com a comunidade acadêmica. Os eventos e desafios globais do último ano deixaram isso cada vez mais claro”, disse Leanne Trujillo, gerente de programa sênior do Twitter e responsável pelo trabalho com pesquisadores.

Segundo o Twitter, novas mudanças devem ser anunciadas num futuro próximo para expandir ainda mais a capacidade da ferramenta para auxiliar nas pesquisas científicas e permitir uma personalização ainda mais ampla.

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